Ataque contra reduto rebelde na Ucrânia deixa 5 civis mortos
A prefeitura de Donetsk disse que o número de vítimas dos ataques realizados na manhã desta quarta-feira na região oeste de Donetsk era desconhecida, mas segundo a Agência de Notícias de Donetsk, dirigida pelos rebeldes, cinco pessoas morreram no interior e nas proximidades do hospital, localizado no distrito de Tekstilshchik.
Um repórter da Associated Press que chegou ao local pouco depois do ataque viu um corpo coberto por um lençol a vários metros do prédio, próximo a uma cratera feita por um projétil. O hospital estava danificado por destroços dos disparos e janelas estavam quebradas.
"Houve seis ou sete explosões", disse Vladimir Oryol, que testemunhou o ataque. "Estávamos do lado de fora de um clube noturno, caímos no chão, as pessoas estavam gritando. Na verdade, foi muito assustador e horrível."
O representante dos separatistas Eduard Basurin disse aos jornalistas que quatro civis haviam sido mortos nos últimos dias, antes do ataque desta quarta-feira.
Após o ataque, a comissária da Relações Exteriores da União Europeia, Federica Mogherini, pediu a retirada dos armamentos pesados das cidades ucranianas e uma trégua de pelo menos três dias, para garantir a retirada segura de civis da zona de conflito.
Nas últimas semanas têm havido vários pedidos para uma trégua na região, mas as última rodada de negociações entre a Ucrânia, os separatistas e a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa ruíram no sábado.
"A espiral de crescente violência no leste da Ucrânia precisa parar", disse ela em comunicado. "O ataque a civis, onde quer que aconteça, é uma grave violação da lei humanitária internacional. A artilharia deveria ser imediatamente retirada de áreas residenciais."
Na medida em que o conflito se intensifica, o presidente ucraniano Petro Poroshenko diz estar confiante de que os Estados Unidos vão concordar em enviar armas para seu país para ajudar na luta contra os rebeldes pró-Rússia, medida que os norte americanos estão estudando.
Numa visita a uma cidade controlada pelo governo no leste ucraniano na terça-feira,ele disse que seu governo precisa urgentemente de ajuda letal para repelir os ataques separatistas.
O presidente norte-americano Barack Obama se opõe ao envio de ajuda letal para o governo ucraniano, mas um graduado funcionários de seu governo disse à Associated Press, nesta semana, que a intensificação dos conflitos fez com que a Casa Branca iniciasse uma revisão da sua política.
Poroshenko terá uma oportunidade de defender sua opinião na quinta-feira, quando o secretário de Estado norte-americano John Kerry fará uma visita a Kiev.
"Não tenho a menor dúvida de que a decisão de fornecer armas à Ucrânia será tomada pelos Estados Unidos, assim como por outros parceiros nossos", disse durante visita a Carcóvia, "porque precisamos ter capacidade para nos defender".
A chanceler alemã Angela Merkel disse nesta terça-feira que se opõe à ideia.
Em Kiev, o porta-voz militar Vladislav Seleznev disse que dois soldados ucranianos foram mortos e 18 ficaram feridos nas últimas 24 horas. Os combates mais intensos estão agora concentrados nem Debaltseve, onde, segundo Seleznev, os rebeldes armaram uma ofensiva contra as tropas ucranianas. Fonte: Associated Press.