
Pelo menos 15 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em confrontos entre manifestantes e forças de segurança. Manifestações marcaram quatro anos da revolta de 2011 e a queda do então presidente Hosni Mubarak.
Manifestantes contrários ao governo enfrentaram a polícia nas ruas do Egito neste domingo (25/01), dia em que o país celebrou quatro anos da revolta que em 2011 derrubou o então presidente, Hosni Mubarak. Pelo menos 15 pessoas morreram e 30 ficaram feridas em confrontos no Cairo e em Alexandria.
A polícia utilizou gás lacrimogêneo e fez disparos para dispersar centenas de pessoas que tentavam chegar à Praça Tahrir, epicentro da revolução de 2011, que ficou interditada neste domingo. Mais de 130 pessoas foram detidas em todo o país, segundo o Ministério do Interior.
Os manifestantes, a maioria apoiadora do ex-presidente Mohamed Morsi, protestavam contra o regime do atual presidente Abdel Fattah al-Sisi, antigo chefe das Forças Armadas, responsável pela deposição de Morsi. Houve ainda embates com grupos de apoio ao presidente.
Outras duas pessoas, supostamente insurgentes, morreram neste domingo ao tentarem instalar um dispositivo explosivo em baixo de uma torre de alta voltagem no delta do rio Nilo, segundo forças de segurança. O dispositivo acabou detonando.
No dia 25 de janeiro de 2011 tiveram início os 18 dias de gigantescas manifestações populares que levaram Mubarak a deixar o poder no dia 11 de fevereiro. Desde então, o país vive dias de instabilidade política e dura crise econômica.
Abdel Fattah al-Sisi foi eleito em maio passado com mais de 90% dos votos, após a destituição de Morsi em julho. O atual chefe do governo egípcio conta com apoio de grande parte da opinião pública, cansada de quatro anos de turbulências políticas. Mas seus opositores o acusam de ter instaurado um regime ainda mais autoritário que o de Mubarak, reprimindo qualquer oposição, seja ela islâmica ou laica.
MSB/ap/lusa/afp