Serra Leoa decreta estado de emergência e quarentenas por causa do ebola

11:18 | Jul. 31, 2014

Presidente chama combate ao vírus, que já matou mais de 220 pessoas no país, de luta nacional. Com ajuda do Exército, epicentros da doença serão colocados em quarentena. O presidente de Serra Leoa, Ernest Bai Koroma, declarou estado de emergência pública nesta quinta-feira (31/07) para conter o surto de ebola, que já causou mais de 220 mortes no país. Ele também mobilizou tropas para assegurar o cumprimento de quarentena em regiões afetadas. "Desafios extraordinários requerem medidas extraordinárias", afirmou Bai Koroma, numa mensagem dirigida à nação, ao justificar suas decisões. Pelo plano apresentado, todos os epicentros da doença serão colocados em quarentena. Polícia e Exército darão apoio aos médicos e organizações não governamentais para que possam realizar o seu trabalho e restringir os movimentos nas zonas afetadas pelo vírus. As reuniões em lugares públicos também foram limitadas, à exceção daquelas destinadas a informar os cidadãos sobre a doença. O presidente anunciou ainda que cancelou a sua participação na reunião que os Estados Unidos e países africanos farão na próxima semana, em Washington, para poder ocupar-se da crise provocada pela doença. As autoridades ativaram novos protocolos de atuação na chegada e partida de passageiros no aeroporto internacional Lungi, próximo de Freetown, o mais importante do país. Serão canceladas todas as viagens de ministros e funcionários do governo ao exterior que não sejam absolutamente necessárias. "Essas medidas serão aplicadas por um período inicial entre 60 e 90 dias e, se necessário, outras medidas serão anunciadas", acrescentou o presidente, que qualificou de "luta nacional" a necessidade de combater o ebola. Segundo o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado em 27 de julho, em Serra Leoa foram registrados 525 casos da doença e 224 mortes. Libéria fecha escolas Na Libéria, o governo ordenou o fechamento de todas as escolas do país. A medida permanecerá em vigor até que o Ministério da Educação dê novas instruções, disse a presidente Ellen Johnson Sirleaf nesta quarta-feira (30/07). Todos os mercados nas regiões de fronteira também foram fechados. Nesta sexta-feira foi decretado feriado para que todos os prédios públicos possam ser desinfetados. As forças de segurança do país foram encarregadas de colocar as medidas em prática. Tratam-se das medidas mais severas tomadas contra o surto de ebola no oeste da África até o momento. Mais de um quinto das mais de 670 mortes causadas por ebola na África foram contabilizadas na Libéria. Na segunda-feira, o país já havia fechado suas fronteiras terrestres na tentativa de conter o avanço da doença. Esta é a primeira epidemia do ebola na África Ocidental e a mais grave já registrada no mundo.