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Partido dos Aposentados empenha-se por mudanças na previdência

11:57 | 13/09/2013
Partido defende contribuição compulsória à previdência para todos, inclusive para funcionários públicos, e aposentadoria mínima de 1200 euros, mesmo para quem nunca tenha contribuído para a previdência. "Combate à pobreza" e "reformas" essas são as palavras de ordem do Partido dos Aposentados na campanha eleitoral alemã. A meta é clara: chegar ao Bundestag. Algo que, do ponto de vista da contagem de votos, não seria problemático, afinal, vivem hoje na Alemanha mais de 20 milhões de aposentados um número com tendência crescente. Da cédula eleitoral constará o nome do partido em letras maiúsculas, numa visibilidade impossível de ser ignorada: "APOSENTADOS". No entanto, não se sabe se muita gente irá marcar ali seu "x" na hora do voto. Pois, até agora, em seus 11 anos de existência, o partido nunca conseguiu mandato no Parlamento. E para dialogar com o maior número possível de segmentos de eleitores, o partido tenta evitar a impressão de que se volta apenas para os mais velhos, tendo criado um novo lema, destinado a todas as faixas etárias: "Partido dos Aposentados para jovens e idosos". Em sua principal plataforma política, o partido sugere um pagamento anual de 150 euros para os aposentados, a fim de compensar as perdas com a inflação. O partido divulga que vê seu papel como força motriz de toda a sociedade, na tentativa de preservar os cidadãos do país da pobreza que os ameaça. "Partido para todos" Dieter Balck é um homem eloquente. Ex-presidente nacional do Partido dos Aposentados, ele é agora seu presidente honorário. Na condição de partido menor, com apenas algumas centenas de filiados e poucos recursos financeiros, o Partido dos Aposentados depende do engajamento voluntário de seus membros. A facção não tem, por exemplo, sede administrativa comparável às dos outros grandes partidos. A entrevista à DW foi concedida numa residência de Hamburgo, onde um membro do partido disponibiliza uma sala para reuniões. "Há no país 20 milhões de aposentados e 37 milhões de futuros aposentados. E eles não têm lobby", justifica o presidente honorário. "Eles precisam de um lobby e é para isso que estamos aí", completa Balck. Quando o partido fala em "futuros aposentados", a referência são as crianças, jovens e pessoas que hoje ainda estão no mercado de trabalho. Em algumas décadas, elas próprias estarão recebendo aposentadorias e precisam, antes disso, ter contribuído para o sistema de solidariedade e seguros de previdência. O partido de Balck aposta num sistema de "três bases": a primeira delas, calcada numa política social e previdenciária. A segunda, numa política de saúde. E a terceira, de educação. Tudo girando em torno de uma política econômica e de trabalho. Mas, por fim, todas as reflexões do partido giram em torno da segurança dos aposentados. Os trabalhadores que recebem salários baixos não podem contribuir muito para o seguro de previdência, diz Balck. Ou seja, é por isso que a meta do partido é, segundo seu presidente honorário, estabelecer uma justiça entre as gerações, com trabalhadores recebendo melhores salários, para que possam contribuir melhor para suas previdências e assegurar as aposentadoria dos que já não estão mais trabalhando nos dias de hoje. Ou seja, uma prática de lucro de todos os lados. Concretamente, o Partido dos Aposentados defende a introdução de uma contribuição compulsória à previdência para todos, inclusive para os funcionários públicos, que recebem uma aposentadoria diretamente do Estado. Além disso, o partido defende outro ponto: uma aposentadoria mínima de 1200 euros para todos, independentemente do que cada um tenha contribuído anteriormente para a previdência. Indisposição com os partidos tradicionais Além de suas competências no tema "aposentadoria", o partido, fundado em 2002, tenta contar pontos junto aos eleitores de outras formas, apelando inclusive para a idade avançada de seus filiados. "Se você observa os outros partidos estabelecidos, o que você vê?", pergunta Balck, para em seguida dar ele próprio a resposta: "Das fraldas ao Parlamento, sem qualquer experiência". O Partido dos Aposentados quer mudar isso ao ocupar cadeiras no Bundestag depois das eleições de setembro próximo. Seus líderes pretendem contribuir com a política com suas experiências profissional e de vida. Nota-se, contudo, que o partido congrega também membros mais jovens, em idade ativa, que, na definição de Balck, "mal deixaram as fraldas": o presidente do Partido dos Aposentados no estado de Hessen, por exemplo, tem apenas 28 anos. A convicção de que algo não está bem com a política alemã é o que une os afiliados. Segundo uma publicação do partido, 60 milhões de alemães são "vítimas de uma política de clientelismo dos partidos tradicionais, que só contribuem ao bem-estar dos ricos e abastados". Günter Pfeifer, correligionário de Balck em Hamburgo, diz que seu engajamento é voltado ao futuro dos filhos e netos. "Quero que tenham uma vida melhor", resume. A barreira dos 5% A primeira vitória nas urnas do Partido dos Aposentados se deu em 2009, com quase 1% dos votos nas eleições europeias, mas a barreira dos 5% impediu que o partido chegasse ao Parlamento Europeu. Esta cláusula na legislação eleitoral exige que o partido obtenha ao menos 5% dos votos para ganhar mandatos no Parlamento.

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