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EUA: há 'muito poucas dúvidas' sobre uso de armas químicas na Síria

16:13 | 25/08/2013

Há "muito poucas dúvidas" de que as forças sírias usaram armas químicas contra civis em um ataque na quarta-feira nos subúrbios de Damasco, informou este domingo um funcionário americano.


A fonte disse à AFP que, levando em conta a quantidade de vítimas, seus sintomas e a análise da inteligência americana, "há muito poucas dúvidas, a esta altura, de que uma arma química foi usada pelo regime contra civis neste incidente".


Os comentários marcam um posicionamento cada vez mais forte dos Estados Unidos, que parecem dispostos a iniciar uma ação militar após o suposto ataque químico que matou 1.300 pessoas nos arredores de Damasco na última quarta-feira, segundo a oposição síria.

 

As autoridades americanas informaram ainda que o presidente Barack Obama, que se reuniu com conselheiros neste sábado para falar sobre crise na Síria, tomaria uma decisão sobre como responder a um ataque com o uso "indiscriminado" de armas químicas.


A fonte, que falou à AFP sob anonimato, disse que Washington levou em consideração o fato de que o regime sírio autorizou que os especialistas da ONU em armas químicas investigassem os fatos a partir desta segunda-feira, mas considerou a decisão tardia e pouco crível.
"Se o governo sírio não tivesse o que esconder e quisesse mostrar ao mundo que não usou armas químicas neste incidente, teria parado seus ataques ao local e garantido o acesso imediato da ONU há cinco dias", disse o funcionário.


"Nessa altura, a decisão do regime (sírio) de garantir o acesso da equipe da ONU chegou muito tarde para ser crível, até porque as evidências no local já podem ter sido significativamente alteradas pela persistência dos bombardeios e outras ações intencionais do regime nos últimos cinco dias", continuou.


O regime de Bashar al-Assad garantiu que o trabalho dos inspetores da ONU permitiria desmentir as acusações da oposição de que as forças do governo teriam usado armas químicas contra civis, incluindo crianças.


Enquanto a oposição fala em 1.300 vítimas, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) divulgou no sábado a morte de 355 pacientes que "apresentaram sintomas neurotóxicos" desde a última quarta-feira na região de Damasco.


Os Estados Unidos colocaram um quarto destróier equipado com mísseis de cruzeiro nas proximidades da Síria e podem levar adiante ações militares limitadas, mesmo que pesquisas de opinião mostrem que os americanos não apoiam o envolvimento do país em um novo conflito no Oriente Médio.


Está em jogo a credibilidade de Obama, cuja inação até agora vem sendo questionada pela opinião republicana, sobretudo porque advertiu, em 2012, que a Síria ultrapassaria uma "linha vermelha" se fizesse uso massivo de armas químicas.


Especialistas avaliam que a intervenção mais provável dos Estados Unidos consistiria em lançamentos de mísseis a partir do mar, tendo como alvo instalações militares sírias.
O país também poderia, segundo analistas, recorrer ao disparo de mísseis de aviões fora do espaço aéreo sírio, visando minimizar os riscos para os pilotos americanos ou aliados.
Os Estados Unidos buscariam atuar com uma ampla coalizão de países europeus e do Golfo, enquanto a Rússia se posiciona contra qualquer intervenção armada na Síria, sua aliada.


Logo após a reunião com conselheiros da diplomacia e da inteligência, Obama ligou para o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e conversou sobre as alternativas.


O secrerário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, falou durante viagem à Ásia que as Forças Armadas estão prontas para atuar caso esta seja a decisão de Obama.
Hagel contou já ter pedido ao departamento de Defesa que prepare o aparato militar a fim de oferecer a Obama "opções" para intervir na Síria.

 

AFP

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