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EUA consideram cancelar exercícios militares com Egito

08:55 | 15/08/2013
O governo Obama pediu um fim imediato da repressão militar no Egito e a retirada do estado de emergência, em um endurecimento significativo da posição americana sobre o país do norte da África.

Os EUA estão considerando seriamente abandonar os planos para realizar exercícios militares com os egípcios que estavam previstos para começar em aproximadamente um mês, disseram altos funcionários americanos. O cancelamento do exercício militar é uma "séria possibilidade", disse um alto funcionário dos EUA.

No mês passado, o Pentágono congelou um embarque de jatos de combate F-16 ao Egito, mas disse que o exercício iria adiante como planejado. A mudança reflete as crescentes preocupações sobre as medidas adotadas pelo poderoso chefe militar do Egito, o general Abdel Fattah Al Sisi, contra os protestos da Irmandade Muçulmana, que se tornaram sangrentos ontem.

Os EUA tinham se recusado até agora a congelar aproximadamente US$ 1,3 bilhão em ajuda militar aos generais do Egito. As autoridades dos EUA disseram que continuarão a revisar a ajuda futura, levando em consideração as ações do Exército egípcio que, se acredita, provocaram a morte de mais de 190 pessoas.

"Os eventos de hoje são deploráveis e contra as aspirações egípcias de paz, inclusão e democracia genuína", afirmou ontem o secretário de Estado americano John Kerry no Departamento de estado americano. "Nós nos opomos fortemente a um retorno do estado de emergência e pedimos ao governo para respeitar os direitos humanos básicos, incluindo liberdade de assembleia pacífica e processo legal adequado de acordo com a lei."

Um porta-voz para o presidente dos EUA, Barack Obama, que está de férias em Martha's Vineyard, disse que ele pediu ao Exército do Egito para que mostre "contenção" e que os EUA vão manter o governo interino responsável por sua promessa de acelerar a transição para um governo democrático no país.

As autoridades americanas expressaram choque com o nível da violência e com as táticas agressivas utilizadas pelos militares egípcios. Autoridades egípcias disseram a seus colegas americanos que alguns dos manifestantes podem ter contribuído para a violência, abrindo fogo contra os agentes de segurança egípcios, uma informação que os funcionários dos EUA estão revisando mas não puderam verificar. "Nós não temos ilusões sobre o futuro potencial da violência", afirmou um alto funcionário da Defesa.

O governo Obama tinha tomado uma posição em grande parte de apoio em relação ao Exército e ao governo interino do Egito desde que os generais derrubaram o presidente democraticamente eleito Mohammed Morsi on 3 de julho. Morsi é um líder da Irmandade Muçulmana no Egito, que apoia o estabelecimento da lei islâmica. Ele está sendo mantido em prisão secreta desde a sua deposição. Fonte: Dow Jones Newswires.

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