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50 anos depois, Obama reafirma sonho de Luther King

18:06 | 28/08/2013
Em seu discurso na cerimônia em comemoração ao 50° aniversário da Marcha de Washington, o presidente Barack Obama citou os pioneiros dos direitos civis. Na primeira marcha ocorrida décadas atrás, Martin Luther King fez o famoso discurso "Eu tenho um sonho", presenciado por cerca de 250 mil pessoas que foram até o Lincoln Memorial pedir por igualdade racial.

Nesta quarta-feira, centenas de pessoas lotaram o Memorial, onde o primeiro presidente negro dos EUA discursou um pouco depois das três horas da tarde (horário de Brasília), mesma hora que King fez seu discurso encantador.

A primeira marcha aconteceu no início dos turbulentos anos 1960, quando ainda existia no Sul banheiros, escolas e carreiras separadas para negros e brancos, e o racismo dominava o país. Nos primeiros dois anos após a marcha, o presidente Lyndon Johnson assinou o Ato de Direitos Civis e o Ato do Direito ao Voto para banir a discriminação e King recebeu o Prêmio Nobel da Paz.

"Casais enamorados não puderam se casar. Soldados, que lutaram pela liberdade no exterior, não puderam encontrá-la em casa", disse Obama, retornando ao sobre o passado. "A América mudou para vocês e para mim", acrescentou logo depois.

Ainda assim, Obama pontuou as disparidades econômicas do país em meio às evidências de que as esperanças de King ainda não foram realizadas.

O nome original da marcha era Marcha de Washington por Emprego e Liberdade. Obama afirmou que King é uma das duas pessoas que ele admira "mais do que qualquer outra na história americana." A outra é Abraham Lincoln. Centenas de pessoas ouviram o discurso do presidente embaixo de uma chuva fina.

Dois ex-presidente, Bill Clinton e Jimmy Carter, também falaram sobre o legado de King e os problemas que ainda não foram resolvidos. "A marcha e aquele discurso mudaram a América", declarou Clinton.

Carter citou os esforços de King para ajudar não apenas os negros americanos, mas "na verdade, ele ajudou a libertar todas as pessoas."

Oprah Winfrey, Forest Whitaker e Jamie Foxx estavam entre as celebridades presentes na comemoração.

Winfrey disse que King forçou a nação a "acordar, olhar para si mesmo e eventualmente mudar."

Comemorações internacionais tiveram lugar na Trafalgar Square, em Londres, no Japão, Suíça, Nepal e

Libéria. O prefeito de Londres, Boris Johnson afirmou que o discurso de King ressoou em todo o mundo e continua a inspirar pessoas como um dos maiores discursos já realizados.

Em 28 de agosto de 1963, quando terminava seu discurso, Kind citou uma canção popular nacionalista, "My Country �Tis of Thee" (Meu País é de Vocês", na tradução livre) e pediu à audiência que deixasse o sino da liberdade soar.

"Quando nós permitirmos o sino da liberdade soar, quando deixarmos ele soar em cada cidade e cada vilarejo, em todo estado e em toda cidade, seremos capazes de acelerar o dia em que todas as crianças de Deus, homens negros e brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão dar as mãos e cantar nas palavras do velho negro espiritual, "Livres afinal, livres afinal, agradeço a Deus todo poderoso, somos livres afinal", finalizou King.

O líder dos direitos civis foi assassinado cinco anos mais tarde. Fonte: Associated Press.

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