Primeiro-ministro português aberto a diálogo com a oposição
LISBOA, 12 Jul 2013 (AFP) - O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, se declarou nesta sexta-feira aberto a dialogar com a oposição socialista, depois que o presidente Aníbal Cavaco Silva pediu um "compromisso de salvação nacional" entre os partidos que assinaram o plano de ajuda internacional em maio de 2011.
"Agora quero reiterar meu compromisso para uma coordenação entre os três partidos com o objetivo de responder ao desafio apresentado a todos nós", declarou o primeiro-ministro em um debate no Parlamento sobre o estado da nação.
"Vamos alcançar um acordo que corresponda ao desejo de todos: concluir com êxito nosso programa de ajuda em junho de 2014", acrescentou Passos Coelho.
O presidente conservador Cavaco Silva pediu na quarta-feira um acordo de "salvação nacional" que poderia ser acompanhado por eleições legislativas antecipadas em um ano.
O chefe de Estado se absteve, no entanto, de mencionar a remodelação ministerial desejada pela coalizão de direita, no poder desde junho de 2011, para resolver a divisão que surgiu na semana passada com a renúncia de dois ministros chave.
O silêncio do chefe de Estado sobre este aspecto foi interpretado como uma rejeição ao acordo que supostamente deveria garantir a sobrevivência da maioria parlamentar formada pelo Partido Social-Democrata (PSD, centro-direta), de Passos Coelho, e pelo CDS-PP, a formação conservadora de seu ministro das Relações Exteriores demissionário, Paulo Portas.
Devido à persistente incerteza política em Portugal, Lisboa solicitou à troica (UE-FMI-BCE, seus credores) e conseguiu o adiamento da avaliação trimestral do programa de ajustes e reformas.
A oitava avaliação da troica deveria começar na próxima segunda-feira, mas o ministério das Finanças português anunciou na noite de quinta-feira que "a oitava e a nona análises estão previstas para o fim de agosto, início de setembro".