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Presidente interino anuncia agenda para transição no Egito

06:35 | 09/07/2013
Cronograma prevê eleições legislativas em seis meses, referendo constitucional e eleição presidencial. Plano é divulgado horas depois da morte de 51 pessoas no Cairo, durante manifestação de apoio ao ex-presidente Morsi. O presidente interino do Egito, Adly Mansour, decretou na noite de segunda para terça-feira (09/07) que a organização de eleições legislativas no país deverá acontecer até o final deste ano. Mansour também estabeleceu um cronograma para a realização de um referendo sobre alterações na Constituição e para novas eleições presidenciais. A maior nação árabe entrou em período de transição na última quarta-feira, quando o Exército depôs o então presidente Mohammed Morsi. Divulgada pela agência estatal Mena, a declaração constitucional prevê a nomeação, em até 15 dias, de um comitê constitucional, que terá dois meses para apresentar propostas de alterações à Constituição suspensa com a deposição de Morsi. Em até cinco meses, a nova Constituição egípcia deverá então ser submetida a um referendo. Em até três meses depois da ratificação da nova carta magna, deverão ser realizadas as eleições legislativas, previstas para começar antes do final de 2013 e terminar até fevereiro de 2014. Em seguida, serão anunciadas eleições presidenciais, que deverão encerrar a transição no Egito. O anúncio de Mansour foi feito algumas horas depois da morte de ao menos 51 pessoas na capital egípcia, Cairo, durante uma manifestação de apoio ao presidente destituído, que foi o primeiro líder democraticamente eleito do país do norte da África. Encabeçados pela Irmandade Muçulmana, que convocou um "levante" depois de acusar militares e a polícia de "massacrar" os apoiantes de Morsi, mais protestos foram anunciados por islamistas egípcios para esta terça-feira. Ainda na segunda-feira, o presidente interino ordenou a abertura de uma investigação sobre as violências da manhã. Segundo os serviços de emergência, 435 pessoas ficaram feridas. A Irmandade Muçulmana, da qual o ex-presidente Morsi é oriundo, divulgou uma lista com os nomes de 42 membros da organização que foram mortos. A polícia e o Exército contabilizaram três mortes. As violências deste início de semana agravam o clima de tensão que prevalece no Egito desde a deposição de Morsi, que se seguiu a megaprotestos no país exigindo a saída do ex-presidente. O secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, condenou a mais recente onda de violência e pediu uma investigação independente. RK/lusa/afp

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