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Explosões no centro de Damasco deixam 14 mortos

17:27 | 11/06/2013

DAMASCO, 11 Jun 2013 (AFP) - Um duplo atentado contra uma delegacia do centro de Damasco deixou nesta terça-feira ao menos 14 mortos, enquanto as tropas do regime de Bashar al-Assad executavam ataques contra posições rebeldes em Aleppo para tentar reconquistar a cidade, a segunda mais importante do país.

"O conflito está em um momento decisivo", considerou Paris que, assim como Washington, pensa em maneiras de auxiliar os rebeldes, que perderam força, principalmente, após a queda de seu reduto estratégico de Qousseir (centro-oeste), que as forças do governo retomaram há cerca de uma semana com a ajuda de combatentes do movimento xiita libanês Hezbollah.

Enquanto isso, Washington se prepara para examinar "todas as opções possíveis" para ajudar a oposição, que perde espaço para o regime.

Em Damasco, um duplo ataque atingiu uma delegacia na Praça Marjeh, deixando 14 mortos e 31 feridos, de acordo com a rede de televisão oficial Al-Ikhbariya, que exibiu imagens de lojas destruídas e de estilhaços de vidro espalhados pelo chão sujo de sangue nesta área comercial.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) apresentou um registro de 15 mortos, em sua maioria policiais. "Um homem detonou os explosivos no posto policial, uma segunda explosão ocorreu no lado de fora", informou o OSDH, com sede no Reino Unido.

O governo condenou esse atentado, mas considerou que o ataque foi um ato desesperado. "Os grupos terroristas armados (rebeldes, nr) e aqueles que os apoiam fracassaram completamente em razão das vitórias conquistadas por nosso valoroso Exército", indicou a agência oficial Sana.

Em Aleppo (norte), as tropas do regime lançaram ataques contra posições rebeldes no norte da província, bombardeando, segundo o OSDH, setores do aeroporto militar de Mennegh, do qual os rebeldes conquistaram uma parte na segunda.

"Os rebeldes ainda controlam grande parte" dessa base militar, indicou o OSDH.
Uma fonte militar afirmou à AFP que confrontos tinham sido travados na base pelo terceiro dia consecutivo, mas negou que uma parte do aeroporto esteja sob controle rebelde.

"É provável que a batalha de Aleppo comece nas próximas horas ou dias", havia declarado no domingo um funcionário dos serviços sírios de segurança à AFP.
"Com o início das operações do Exército em mais um eixo (em Aleppo) e sua clara progressão, o moral dos homens armados (rebeldes, nr) e de seus chefes está em seu nível mais baixo", indicou nesta terça o jornal Al-Watan, ligado ao regime.

 

"A guerra na hora decisiva"

Os insurgentes iniciaram a batalha de Aleppo há quase um ano e, desde então, a cidade, antiga capital econômica da Síria, é palco de combates e bombardeios diariamente.

As recentes ofensivas do regime ocorrem no momento em que negociações estão em andamento para tentar organizar uma conferência internacional de paz sobre a Síria, chamada de "Genebra 2", preparada por Rússia e Estados Unidos.

"O enfraquecimento profundo de uma das partes não favorece a realização de Genebra 2", considerou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Philippe Lalliot. "Há lições a tirar do que aconteceu em Qousseir e do que está para acontecer em Aleppo".

"Estamos em um momento decisivo da guerra na Síria. Quais lições podemos tirar?", disse. "O que fazes nestas condições para reforçar a oposição armada síria? Esta é uma discussão que tivemos com nossos parceiros, com os americanos, com os sauditas, com os turcos, e muitos outros... Não podemos deixar a oposição na situação em que está", disse.

"A decisão de fornecer armas "não foi tomada", mas "ela é objeto de reflexões e de discussões, levando-se em consideração o que aconteceu em Qousseir", acrescentou.

Em Washington, o presidente Barack Obama pediu que sua equipe de segurança nacional "examine todas as opções possíveis que permitam cumprir com nossos objetivos para ajudar a oposição síria", explicou à AFP a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.

Enquanto isso, sete foguetes disparados a partir da Síria atingiram a cidade libanesa de Hermel (na fronteira), um bastião do Hezbollah, sem deixar vítimas, segundo uma fonte de segurança libanesa.

Em Viena, o Ministério da Defesa anunciou que os primeiros capacetes azuis austríacos começarão a se retirar das Colinas de Golã na quarta-feira, confirmando, assim, esta polêmica decisão.

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