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Sem consenso, UE decide não prorrogar embargo de armas à Síria

18:58 | 27/05/2013
Proibição de dar armamentos a rebeldes expira na sexta-feira e, na falta de um acordo em Bruxelas, países-membros terão que decidir por conta própria se ajudam ou não na guerra contra Assad. A nova tentativa da União Europeia de buscar uma postura comum para lidar com a questão de armar ou não os rebeldes sírios terminou nesta segunda-feira (27/05), em reunião de ministros em Bruxelas, novamente sem sucesso e acirrou as divisões do bloco sobre política externa. Sem acordo, o embargo de armas à Síria aplicado pelo bloco europeu, que expira na próxima sexta-feira, não será renovado. Com isso, cada um dos 27 países-membros terá que decidir por conta própria sobre o fornecimento de armamento à oposição síria. As sanções econômicas e financeiras, por outro lado, foram prorrogadas. "Nós levamos ao fim o embargo de armas à oposição síria", disse o ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, após mais de 12 horas de negociações. "É uma mensagem forte da Europa ao regime de Bashar al-Assad." Diante do impasse, a ideia inicial, segundo fontes diplomáticas, era que fosse adotado um período de dois meses de "trégua", como forma de dar uma chance à saída política para o conflito sírio. Mas a incerteza sobre a conferência promovida por EUA e Rússia, marcada para junho, em Genebra, endureceu a postura de países como o Reino Unido. O Reino Unido é, ao lado da França, o principal defensor de armar a oposição síria, porém, enfrenta forte resistência de um pequeno grupo de países, como a Áustria, que acreditam que dar esse passo contribuiria apenas para aumentar o número de mortes na guerra. Outros Estados-membros, como Alemanha e Suécia, defendem um acordo que mantenha a unidade europeia. Quanto tempo vamos continuar vendo as pessoas sendo atingidas por diversos tipos de armas enquanto a maior parte do mundo lhes nega meios para se defender?, questionou Hague, que disse, no entanto, que o Reino Unido não tem a intenção imediata de armar os rebeldes. Rebeldes pressionam O ministro das Relações Exteriores da Áustria, Michael Spindelegger, confirmou não ter havido acordo nesta segunda-feira. Já o alemão Guido Westerwelle admitiu, durante a reunião, que as posições dos países-membros estavam "distantes". Durante a reunião desta segunda-feira, a Coligação Nacional da oposição síria reiterou os apelos à União Europeia para que levantasse o embargo de armas. "A população síria continua a pedir armas, acima de tudo para se proteger. Eu espero, eu rezo, para que os ministros reunidos em Bruxelas entendam isso", afirmou Khaled al-Saleh, porta-voz da organização. "Ontem [domingo], o regime utilizou armas químicas em várias cidades." A suspeita sobre o uso de armas químicas na Síria é cada vez mais forte, advertiu o ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius. Ele não especificou quem as teria usado, mas afirmou que a situação está sendo verificada. Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, desde março de 2011, a guerra civil na Síria já deixou mais de 94 mil mortos. FA /rtr /afp /lusa /ap

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