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OIT alerta que mercado de trabalho para os jovens não melhorará a médio prazo

16:40 | 08/05/2013

GENEBRA, 08 Mai 2013 (AFP) - Com uma taxa de desemprego em alta, o mercado de trabalho para os jovens de 15 a 24 anos continuará se deteriorando a médio prazo, segundo um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicado nesta quarta-feira, 8.

Em 2013, haverá cerca de 73,4 milhões de jovens desempregados no mundo, quase 3,5 milhões a mais que em 2007 e 0,8 milhão a mais que 2011, segundo o relatório "Tendências Mundiais do Emprego Juvenil".

A situação só vai piorar. Globalmente, entre 2012 e 2018, o número de jovens desempregados vai aumentar em mais de dois milhões, o que equivale a um aumento de cerca de 25%.

"Em 2018, a taxa de desemprego dos jovens será de 12,8% (contra 12,6% em 2013), com diferenças regionais crescentes", preveem os especialistas da OIT.

Os economistas consideram que as economias desenvolvidas registrarão "melhoras" que serão compensadas por uma deterioração da situação em outras regiões, principalmente na Ásia.

"Um dos elementos mais espantosos é a desconfiança das novas gerações com os sistemas políticos e sócio-econômicos", estima a OIT.

"Uma parte desta desconfiança é demonstrada através de manifestações políticas, tais como os movimentos anti-austeridade na Grécia ou na Espanha" onde os jovens desempregados são mais numerosos que os jovens ativos, explica a organização internacional com sede em Genebra.

Em geral, a OIT está particularmente preocupada com a situação atual em três regiões: as economias desenvolvidas e a União Europeia, Oriente Médio e norte da África, onde o desemprego juvenil disparou desde 2008.

Nas economias desenvolvidas e na União Europeia, o desemprego entre os jovens subiu 24,9% entre 2008 e 2012.

O desemprego na UE foi de 18,1% em 2012 e, segundo as últimas previsões da OIT, não será menor que 16% antes de 2018.

Essa média esconde, contudo, muitas desigualdades. Na Espanha e Grécia, o desemprego entre os jovens de 16 a 24 anos afeta mais da metade da população, 30% na Itália e 20% na França.

Na Alemanha, afeta 8%, o nível mais baixo da UE, segundo o instituto econômico DIW, que está preocupado já que o desemprego juvenil diminui devido à queda da natalidade.

A médio prazo, o desemprego juvenil continuará pressionado quando os que estão estudando devido à falta de oportunidades trabalhistas se integrem ao mercado de trabalho.

Apesar da situação dos jovens na UE geralmente monopolizarem as notícias, a OIT alerta que "as regiões em desenvolvimento enfrentam desafios maiores em termos de emprego entre os jovens e registram consideráveis divergências".

A taxa de desemprego dos jovens ficará em torno de 30% no Oriente Médio em 2018 (contra 28,3% em 2012) e 23,9% no norte da África (contra 23,7% em 2012).

Na Ásia, a situação é muito mais favorável atualmente, mas vai piorar: em 2018 a taxa de desemprego dos jovens será de 10,5% na Ásia Oriental (contra 9,5% em 2012), de 14,3% no sudeste asiático e o Pacífico (contra 13,1% em 2012) e de 9,8% na Ásia meridional (contra 9,3% em 2012).

Na América Latina e no Caribe a situação também piorará, passando de 12,9% em 2012 a 13,6% em 2018.

Apenas nos países da África subsaariana permanecerá estável em 11,7%.

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