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Israel efetua dois ataques em três dias para destruir armas na Síria

As autoridades sírias anunciaram o ataque deste domingo, em Jamraya, próximo ao noroeste de Damasco, e uma autoridade israelense confirmou

09:37 | 05/05/2013

Israel lançou um ataque neste domingo contra um centro de pesquisas científicas perto de Damasco, o segundo em três dias efetuado pelo Estado hebreu, que tenta impedir que o Hezbollah libanês tenha acesso a armas.

As autoridades sírias anunciaram o ataque deste domingo, em Jamraya, próximo ao noroeste de Damasco, e uma autoridade israelense confirmou.

"O alvo do ataque eram mísseis iranianos destinados ao Hezbollah, no norte de Damasco", disse esse alto funcionário, referindo-se ao grupo xiita apoiado pelo Irã e aliado do regime de Bashar al-Assad, que enfrenta uma rebelião armada há cerca de dois anos.

"Cada vez que Israel tiver informações sobre a transferência de mísseis ou armas da Síria para o Líbano (para o Hezbollah), serão atacados", disse essa autoridade.

Uma fonte diplomática em Beirute confirmou à AFP que o Exército israelense tinha três alvos militares. Além do centro de pesquisas, um depósito de munições nas proximidades também foi alvo dos mísseis israelenses.

Além disso, o Exército israelense atacou a divisão 14, uma unidade de defesa antiaérea síria, em Saboura, perto da estrada que liga Beirute a Damasco, a oeste da capital, segundo essa fonte.

"Esses ataques deixaram um grande número de vítimas entre os militares", disse o diplomata.

Em Damasco, a agência oficial Sana denunciou o "ataque com mísseis contra o centro de pesquisas de Jamraya", que já tinha sido alvo de outro ataque israelense no final de janeiro.

Um vídeo exibido na internet pelos ativistas, mas que não pôde ter sua autenticidade confirmada, mostra imensas chamas e explosões durante a noite, enquanto uma voz grita: "Allahu Akbar" (Deus é grande).

"Por volta de 00h00 GMT (21h00 de Brasília), acordamos com uma forte explosão. Todo o edifício tremeu. Depois, houve outra explosão", disse à AFP Bassam, um professor de 60 anos, que vive em Doumar, na mesma região.

Explosões e aviões O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) indicou explosões no centro de pesquisas e "possíveis perdas de vidas, já que lá havia dezenas de membros das forças do regime".

Moradores da região "afirmaram ter visto aviões no momento em que foram registradas as explosões no centro de pesquisa e em um arsenal", acrescentou a ONG.

A autoridade israelense citada anteriormente também confirmou um ataque executado na madrugada de sexta-feira perto do aeroporto de Damasco, no sudeste da capital, para destruir armas destinadas, segundo ele, ao Hezbollah.

As autoridades sírias não confirmaram o ataque, mas uma fonte diplomática no Líbano indicou que mísseis terra-ar que tinham sido fornecidos recentemente pela Rússia foram destruídos em seus armazéns no aeroporto de Damasco.

O presidente americano, Barack Obama, declarou no sábado que é justificável que os israelenses tentem se "proteger contra a transferência de armas sofisticadas para organizações terroristas como o Hezbollah".

Israel e o Hezbollah, que controla grande parte do sul do Líbano, travaram uma guerra sangrenta em 2006.

O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, reconheceu na terça, pela primeira vez, a participação de seus combatentes ao lado das tropas do regime em algumas regiões sírias.

Ele também advertiu que os "amigos da Síria", referindo-se ao seu partido e ao Irã, não permitirão a queda do regime de Assad e que, caso seja necessário, poderão ser "obrigados a intervir" diretamente nos combates.

Neste domingo, o comandante do Exército iraniano, general Ahmad Reza Pourdastan, afirmou que o Irã está preparado para "treinar" o Exército sírio se for preciso, segundo a agência oficial Irna.

"Estamos ao lado da Síria e, se for necessário, estamos dispostos a fornecer treinamento, mas não participaremos ativamente das operações" do Exército sírio, que, com a "experiência que acumulou em seu confronto contra o regime sionista, pode se defender e não precisa de ajuda estrangeira", disse. As atrocidades se estenderam esta semana ao oeste sírio. O OSDH informou a respeito de dois massacres que causaram a morte de dezenas de pessoas em áreas de maioria sunita, corrente islâmica atingida pela repressão das forças de Assad.

AFP

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