Grampo é inconstitucional, diz Associated Press
O Departamento de Justiça tornou público dois meses de grampos das ligações telefônicas de jornalistas da AP ao enviar uma carta à AP em 10 de maio. A carta não diz o motivo dos grampos, mas promotores disseram que foi por causa de uma investigação de como a Associated Press soube do sucesso da CIA em abortar uma tentativa da Al-Qaeda de explodir um avião com destino aos EUA, em maio de 2012, antes de o fato ter sido divulgado pelo governo.
Conforme apuração feita recentemente pela correspondente do jornal O Estado de S.Paulo, Denise Chrispim Marin, os grampos foram feitos em linhas telefônicas de escritórios da AP e nos telefones celulares e residenciais de repórteres e editores em Washington, Nova York e Hartford. O alvo preferencial foi um grupo de cinco repórteres premiados pelo Pulitzer e um editor - todos envolvidos na apuração do atentado fracassado da Al-Qaeda, planejado para a época do primeiro aniversário da execução de Osama Bin Laden. O governo Obama afirmava, na época, não haver sinais de represálias da Al-Qaeda. A AP publicara a matéria em 7 de maio de 2012, depois de ter respeitado o pedido do governo para postergar sua divulgação.
O caso já se configura como um novo escândalo para o governo de Barack Obama, reconhecido como agressivo na identificação e punição de funcionários públicos responsáveis por vazamento de informações confidenciais à imprensa. A Casa Branca enfrenta outro escândalo causado pela decisão do IRS, a Receita Federal americana, de colocar na "malha fina" organizações conservadoras como o Tea Party antes das eleições do ano passado. As informações são da Associated Press.