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Confrontos deixam 15 mortos em Bangladesh

09:04 | 06/05/2013
Pelo menos 15 pessoas morreram em confrontos ocorridos nesta segunda-feira entre a polícia e extremistas islâmicos que exigem que Bangladesh implemente uma lei antiblasfêmia, informou a polícia.

De acordo com um policial, que falou em condição de anonimato, oito pessoas, dentre elas dois policiais e um soldado paramilitar, foram mortos em confrontos em Kanchpur, nas proximidades da capital, Daca.

Outras sete pessoas morreram em Motijheel, área comercial de Daca, disse a fonte. Os manifestantes bloquearam ruas da região com pneus em chamas e toras de madeira durante as mais de cinco horas de confrontos, como mostraram imagens transmitidas pela televisão.

A emissora privada United News of Bangladesh informou que a violência teve início depois de as forças de segurança terem lançado gás lacrimogêneo e usado balas de borracha no distrito comercial.

Os ativistas islâmicos tem protestado para exigir que o governo decrete uma lei antiblasfêmia. O governo do país, de maioria muçulmana, rejeitou as exigências do grupo, afirmando que Bangladesh é governado por lei seculares e liberais.

A polícia metropolitana de Daca disse em comunicado que todas as manifestações e protestos estão proibidos na cidade até a meia-noite desta segunda-feira, por causa dos temores de novos confrontos.

Uma emissora de televisão ligada à oposição foi invadida e fechada nesta segunda-feira. Segundo o chefe de reportagem da Diganta Television, M. Kamruzzaman, o canal foi tirado do ar por ter mostrado imagens dos confrontos no centro de Daca.

"Cerca de 25 policiais à paisana e um funcionário da Comissão Regulatória de Telecomunicações de Bangladesh (BTRC, na sigla em inglês) entraram no meu escritório e nos tirou do ar", afirmou. "Eles isolaram nossa sala de controle, nossa sala de controle de produção e nossa sala de engenharia. Eles nos disseram que não iremos ao ar até segunda ordem", disse ele.

A emissora, que é de propriedade de um líder do principal partido islâmico de Bangladesh, que é acusado por crimes de guerra, foi fechada uma hora depois de a polícia ter interrompido o protesto de islamitas numa operação realizada durante a madrugada.

A polícia e a BTRC não comentaram o fato, apesar das várias tentativas de contato telefônico. O fechamento do canal de televisão aconteceu um mês depois de um popular jornal opositor ter sido fechado e seu editor detido por sedição e incitamento à tensão religiosa. A polícia também isolou a gráfica do jornal. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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