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Bagdá denuncia profanação de túmulo venerado pelos xiitas na Síria

Vários sites indicaram que o túmulo do companheiro de Ali, o primeiro imã dos xiitas, foi profanado e que os seus restos mortais foram levados para um destino desconhecido

16:35 | 02/05/2013

BAGDã, 02 Mai 2013 (AFP) - O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, denunciou nesta quinta-feira um "ato criminoso" após a divulgação de imagens na internet, segundo as quais o túmulo de um companheiro de Ali, genro do profeta Maomé venerado pelos xiitas, foi profanado perto de Damasco.

Maliki, um xiita, denunciou o "ato criminoso contra o santuário do companheiro Hajar ben Udai", que constitui um ataque contra "a unidade dos muçulmanos", de acordo com declarações citadas pela televisão estatal Al-Iraqiya.

Al-Iraqyia também citou o vice-presidente Khudeir al-Khuzai, também xiita, que considerou que "os terroristas na Síria mostraram sua verdadeira face de ódio contra os companheiros do Profeta ao jogarem pedras no túmulos de Hajar ben Udai".

Ele utilizou a terminologia do regime sírio para se referir aos rebeldes, majoritariamente sunitas, que lutam contra o presidente Bashar al-Assad, membro da minoria alauíta, braço do xiismo.

Vários sites indicaram que o túmulo do companheiro de Ali, o primeiro imã dos xiitas, foi profanado e que os seus restos mortais foram levados para um destino desconhecido.

A página do Facebook "Comitê de Coordenação de Adra - Revolução síria na região de Damasco" publicou duas fotografias do túmulo devastado, acompanhadas pela seguinte legenda: "Este é o túmulo de Hajar ben Udai al-Kindi: um local de peregrinação xiita em Adra. Os heróis do Exército Livre ( ESL, rebeldes hostis ao regime sírio) destruíram o túmulo e levaram (os restos) para uma sepultura desconhecida".

O xeque Sami al-Massudi, vice-presidente dos Waqf (bens religiosos) xiitas no Iraque condenou a profanação, pedindo que "a ONU a intervenha para proteger os lugares sagrados na Síria", em uma declaração à AFP.

O Ministério sírio dos Waqf denunciou o "ataque terrorista", que constitui "uma agressão contra todos os muçulmanos."

As divergências entre as duas correntes do Islã tem sua origem na sucessão de Maomé. Os xiitas acreditam que seu primo e genro Ali foi nomeado pelo Profeta como seu sucessor, enquanto para os sunitas, a sucessão foi legada ao califa designado pelos companheiros próximos de Maomé.

A Síria está mergulhada desde março de 2011 em uma revolta popular, que desencadeou uma guerra civil entre o Exército do regime de Bashar al-Assad e grupos rebeldes armados, de maioria sunita.

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