Justiça mantém prisão de PM preso por tentativa de homicídio na Praia do Futuro

Soldado teria atirado contra um casal, atingindo o homem nas costas. Crime ocorreu um dia após a vítima ter sido ameaçada por um colombiano

23:32 | Out. 21, 2021

Delegacia de Assuntos Internos, da CGD, cumpriu o mandado de prisão. Imagem meramente ilustrativa (foto: Aurelio Alves/ O POVO)

Um soldado da Polícia Militar (PM) foi preso suspeito de uma tentativa de homicídio contra um casal, ocorrida na noite dessa segunda-feira, 18, no bairro Praia do Futuro. Uma composição do Comando de Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio) realizou a prisão em flagrante após receberem denúncia de denúncia de disparos de arma de fogo e capturarem-no durante  perseguição. 

Nesta quinta-feira, 21, audiência de custódia converteu o flagrante de Jonas Deyweson Vieira da Costa em prisão preventiva. Conforme informado na decisão da audiência de custódia, o crime ocorreu no momento em que o casal caminhava pela avenida Clóvis Arrais Maia. O soldado, então, teria se aproximado das vítimas e passado a atirar com uma pistola, que não é a mesma arma fornecida pela PM, ainda que ele também tivesse em posse desta.

Um dos disparos atingiu as costas do homem, que foi encaminhado ao Hospital Geral de Fortaleza (HGF) para cirurgia de remoção do projétil. Mesmo baleado, ainda conforme a decisão, o PM teria perseguido o homem, atirando mais vezes. A mulher alvo dos disparos não foi ferida.

A decisão também salienta que Jonas estava trafegando em uma moto cuja placa estava coberta por uma rede de elástico, "provavelmente com o intuito de dificultar a identificação do veículo em que transitava". A peça judicial ainda cita que o homem baleado teria sido ameaçado por um colombiano, não identificado, um dia antes do crime.

Para justificar a prisão, a juíza Adriana da Cruz Dantas ainda menciona o depoimento de uma das vítimas, que disse estar "com muito medo" e que "teme por sua vida caso o policial militar seja solto".

"Essas circunstâncias revelam a periculosidade do flagranteado, sua índole violenta e seu desajuste comportamental, sendo possível conceber que, solto, poderá voltar a ter atitudes socialmente perigosas e colocar em risco a vida e a integridade física das vítimas, tornando-se imperiosa a custódia preventiva, com vistas a acautelar o meio social e assegurar a ordem pública", escreveu na decisão a juíza.

Em nota, a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) informou que Jonas foi conduzido ao presídio militar. A secretaria também informou que um inquérito foi instaurado pela Delegacia de Assuntos Internos (DAI) para apurar os fatos e a motivação dos crimes. Também foi aberto um procedimento disciplinar na seara administrativa. 

O POVO tentou contato com a defesa do militar na tarde desta quinta-feira, mas não conseguiu localizá-la. Um pedido de liberdade provisória já foi impetrado e aguarda apreciação.