Homem invade escola da Marinha em Fortaleza e militares isolam populares que estavam no local

Segundo informações divulgadas ao O POVO por uma testemunha, devido à invasão, os militares isolaram nove populares que estavam dentro do local em uma sala por cerca de duas horas

22:12 | Ago. 28, 2021

Por: Gabriela Almeida

Um homem invadiu, na manhã dessa sexta-feira, 27, a Escola de Aprendizes Marinheiros do Ceará, situada no bairro Jacarecanga, em Fortaleza. Segundo informações divulgadas ao O POVO por uma testemunha, devido à invasão, os militares isolaram nove populares que estavam dentro do local em uma sala por cerca de duas horas. Invasor foi detido, mas logo em seguida liberado, conforme a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

Uma testemunha com identidade preservada contou que estava resolvendo burocracias dentro do local quando o invasor pulou o muro do equipamento, por volta das 11 horas de ontem. Logo após a invasão ser detectada, um toque de alerta foi disparado, e os militares levaram todas os populares que estavam no espaço a uma sala.

Além do informante, mais oito pessoas, entre elas um senhor de quase 90 anos, teriam sido mantidas no cômodo. 

No entanto, o período do isolamento durou cerca de duas horas, e a testemunha alega que a medida protetiva dos militares acabou sendo excedida.

"Colocaram nove pessoas dentro de uma sala, confinadas em uma época de pandemia. Não podia sair do quartel nem pra rua, cárcere privado não existe em situação nenhuma, não está previsto em lugar nenhum", disparou a fonte.

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Ainda segundo a testemunha, a sala era muito pequena, e só após interferência de uma pessoa do meio judicial é que houve a liberação das pessoas.

Ao classificar a situação como prova de um "despreparo para resolver conflitos dessa natureza" por parte dos militares, testemunha ainda relatou que órgão não se retratou "em momento algum" após a liberação dos populares.

Em nota, a SSPDS confirmou que houve a invasão e informou que o homem foi detido após ter pulado o muro do local, sendo conduzido ao 3º Distrito Policial (DP). Um Boletim de Ocorrência (B.O) foi registrado contra ele. No entanto, órgão destacou que o invasor "foi ouvido e liberado por não haver indícios de crime civil, nem militar".

No inicio da tarde dessa sexta, 27, O POVO entrou em contato, por meio de ligação, com o setor de comunicação da escola. Por volta das 16 horas, a assessoria da Marinha do Brasil ligou e confirmou a invasão. Órgão ficou de encaminhar uma nota esclarecendo o ocorrido. Ainda sem retorno até a noite deste sábado, 28, O POVO entrou em contato novamente por ligação. A assessoria de imprensa informou então que a Marinha não irá se pronunciar sobre o assunto.