Mulher que matou marido alega legítima defesa e tem prisão relaxada

Em depoimento, ela afirmou ser vítima de violência doméstica há dois anos e que, no momento do fato, foi agredida e ameaçada

16:32 | Jan. 11, 2021

A mulher presa por matar a facadas o marido nesse domingo, 10, no bairro Jangurussu, teve a prisão relaxada nesta segunda-feira, 11, em audiência de custódia. Ela, que tem 31 anos, afirmou em depoimento que praticou o ato após sofrer violência doméstica de seu companheiro, de 35, que morreu na hora.

Conforme afirmou em depoimento, a mulher, há dois anos, era vítima de violência doméstica, de caráter físico e emocional. Na tarde de domingo, seu companheiro teria chegado em casa embriagado e drogado, estando bastante violento. Ele teria passado a ameaçá-la e agredi-la, chegando a jogá-la contra um espelho. Teria sido ao partir novamente para cima dela que o homem foi ferido a faca, que a mulher usava para preparar uma salada. Os dois viviam juntos há cerca de seis anos.

Em exame de corpo de delito, foi constatado corte na face lateral do tornozelo direito da autuada, indicando, conforme decisão judicial, que o ferimento ocorreu durante as agressões praticada pelo homem.

Na audiência de custódia, a juíza Flávia Setúbal de Sousa Duarte ponderou que a suspeita é ré primária, tem bons antecedentes e possui residência fixa. Destacou também que ela não fugiu após o fato, tendo esperado a chegada dos policiais e narrado o ocorrido. "O que nos leva a ilação de que poderá responder ao presente feito em liberdade, sendo o encarceramento precoce a última alternativa a ser adotada, ainda mais que a infração em comento se trata de um fato isolado na vida da flagranteada". Os supostos atos de violência doméstica deverão ser melhor apurados no decorrer da instrução, diz a juíza.

A autuada será submetida a monitoramento por tornozeleira eletrônica por 90 dias. Ela também não poderá sair de casa entre 19 e 7 horas e não poderá, entre outros, deixar a comarca de Fortaleza por mais de oito dias e comparecer quinzenalmente à sede da Central de Alternativas Penais, no Centro. 

Em função do histórico de violência doméstica e possibilidade de legítima defesa, O POVO opta por não divulgar o nome da autuada nem de seu companheiro.