"Não podemos perder a esperança", afirma arcebispo de Fortaleza sobre a pandemia

Declaração de dom José Antônio foi dada durante os preparativos para realização da missa de Natal na Catedral Metropolitana de Fortaleza

20:53 | Dez. 24, 2020

Missa de Natal na Catedral Metropolitana de Fortaleza ocorre com poucos fiéis, distanciamento social e uso obrigatório de máscaras por causa da Covid-19 (foto: Júlio Caesar)

Há uma semana do fim de 2020, diante dos momentos de luto vividos durante o ano em decorrência da pandemia de Covid-19, a mensagem expressa pelo arcebispo de Fortaleza, dom José Antonio Aparecido Tosi, pede esperança aos fiéis. Segundo o sacerdote, “não podemos perder a esperança” em relação a tempos melhores. As declarações foram feitas em entrevista exclusiva ao O POVO durante os preparativos para realização da missa de Natal na Catedral Metropolitana.

A celebração também foi impactada pela pandemia, que, diante da necessidade de se evitar aglomerações impediu que os cerca de 3 mil fiéis que anualmente se reúnem no espaço, pudessem comparecer ao local. Nesta quinta-feira, 24, segundo informações colhidas no local pelo O POVO, cerca de 500 pessoas puderam estar presentes na missa. O distanciamento mínimo de dois metros entre os fiéis foi garantido pela organização, assim como o uso obrigatório de máscaras. Totens de álcool em gel também foram disponibilizados para uso dos fiéis. 

Apesar das dificuldades geradas pela nova doença, para o arcebispo a pandemia não deve ser vista como uma situação excepcional ou diferente, mas como um momento de dificuldade e provação. Que também deve ser utilizado para um processo de renovação da fé. Segundo dom José, dificuldades intensas também assolaram o filho de Deus durante sua passagem pela Terra, como forma de fortalecer “a esperança e a certeza de que a vida é mais do que vemos materialmente”.

Diante do luto expresso pelos mais de 190 mil mortos pela Covid-19 no País, o arcebispo pontuou: “A vida eterna nos foi apresentada por Jesus Cristo em nossos corações”. O sentimento, segundo ele, para este fim de ano deve ser de paz. “Nós iremos reencontrar aqueles que achamos que perdemos, todos nós estamos unidos pelo amor de Cristo”, completou o sacerdote.

“Nós não estamos num caminho só de escuridão”, frisou dom José. O arcebispo afirmou ainda que a crença de que as dificuldades são passageiras precisa ser disseminada. “Vamos fazer o melhor de nós e Deus vai fazer o melhor para nós, para todos. Deus nos ajudará, e é essa esperança que nós não podemos perder”, finalizou.

Como tradição familiar, a ida às missas na Catedral tem um significado especial para a contadora Manuela Leite, de 46 anos. “Para mim é um presente poder estar aqui com minhas duas filhas”, pontuou. A fiel frisa ainda que a missa se tornou um espaço único de agradecimento pela vida e pela esperança. “Acima de toda essa pandemia tem Deus, eu tô muito feliz, porque hoje é um dia de esperança, porque o menino Jesus está nascendo em todos nós, no pedido de paz ao redor do mundo”, completou.

Além da esperança, o pedido por dias melhores, “para que seja possível vivermos novamente juntos, em coletividade”, marcou a ida a celebração da estudante Viviane Braga, de 23 anos. Ela compareceu com a família e afirmou ser “esquisito” estar presente em um local que representa tanta união, amor e paz, precisar manter distanciamento e evitar contato com os outros.

“A gente não poderia deixar de vir”. Ela pontuou que se sentia “com o coração cheio de alegria por estar aqui, estar aqui vivendo isso depois de tanto tempo em isolamento”. Viviane contou ainda que estava há tempos sem comparecer à Igreja, e em tom emocionado disse ter sido tocada pela crença de dias melhores. “Hoje é um dia de esperança, a gente só pode que tudo isso passe logo, que a vacina chegue logo”, pontuou.

Veja fotos da realização da Missa de Natal em meio à pandemia

(Com informações da repórter Ana Rute Ramires)