Investigação identifica grupo de WhatsApp de facção com o cadastro de 105 novos membros no Ceará

A informação do grupo faz parte da denúncia ofertada pelo Ministério Público do Estado e foi encontrado em celular de suspeito detido. "Batismo" em massa seria reflexo de escalada de violência entre organizações criminosas

21:47 | Jun. 03, 2020

Grupo de aplicativo de conversas da facção Comando Vermelho (CV) possuía cadastro de 105 novos membros. A informação está na denúncia ofertada do Ministério Público do Ceará (MPCE) no âmbito da operação Aditum II, que teve como alvo mais de 100 membros da facção em março.

O documento informa a prisão de José Jailson da Silva Vieira, o irmão J, que realizava comércio ilegal de entorpecentes e teve o celular apreendido. Na análise do aparelho foi identificado grupo de WhatsApp chamado "C.V.RL.CE OFICIAL", que continha cadastros dos novos membros para a organização criminosa, com fotografias, dados pessoais, apelidos, padrinhos e contatos telefônicos.

No grupo foi constatada uma lista com 105 membros de recém-ingressados na organização criminosa. Conforme o documento, observou-se que o "batismo" em massa estaria acontecendo em virtude de um cenário de guerra entre facções. 

A operação Aditum II, que significa "acesso", da Polícia Civil, cumpriu 95 mandados de prisão contra supostos integrantes do CV. Ao todo, foram 163 mandados de prisão e de busca e apreensão.

A primeira fase da operação aconteceu em março de 2019 e teve o cumprimento de 89 mandados de prisão contra integrantes de uma organização criminosa do Ceará.

Além de um histórico sobre a organização, a denúncia do MPCE observou que havia o "batismo" de adolescentes na organização criminosa. Por fim, o Ministério Público ofereceu a denúncia com base na lei de organização criminosa e corrupção de menores.