Homem morre ao cair de cadeira suspensa em obra de prédio em Fortaleza

Jovem de 19 anos estava no 19º andar no momento do acidente

10:54 | Dez. 18, 2019

EDIFÍCIO Laguna: prédio de 21 andares passa por revitalização das fachadas (foto: Via WhatsApp O POVO)

Atualizado às 12 horas

Um homem caiu da fachada de um prédio, na manhã desta quarta-feira, 18, e morreu. O edifício do Condomínio Laguna, localizado na esquina das ruas 8 de Setembro e República do Líbano, no bairro Varjota, estava em reforma. A vítima fazia reparos em uma cadeira suspensa, por volta das 9 horas. O operário Antônio Márcio Lima Pereira tinha 19 anos e morreu na hora.

A identidade da vítima foi confirmada pelo aditor-fiscal do trabalho no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Daniel Arêa Leão Barreto. Antônio Márcio estava no 19º andar quando tentava mudar do elevador para a cadeira suspensa e caiu. O cinto de segurança não teria aguentado o peso do jovem. Era o primeiro emprego dele.

"O trabalhador ia saindo da cobertura e a cadeira desabou junto com ele, ocasionando o acidente. E pelo que consta, vários erros ocasionaram o acidente", afirma o auditor-fiscal do trabalho. Dentre os motivos, ele cita a falta do uso de EPI. "A corda da cadeira desamarrou e não era para desamarrar. É preciso investigar se existia treinamento. É um alerta. A Construção Civil é um dos setores que mais tem acidente de trabalho".

A Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) está no local. A equipe trabalha com suspeita de acidente de trabalho. O Corpo de Bombeiros não foi acionado para a ocorrência. 

Outros acidentes

Na última semana, dois operários ficaram pendurados no 21º andar de um prédio na Aldeota. Foi o segundo caso semelhante em um mês.

O prédio de 21 andares passa por revitalização das fachadas, serviço realizado pela WE Engenharia. O POVO tentou contatar a empresa pelo telefone disponível na placa da obra. Até a publicação desta matéria, as ligações não foram atendidas.

O operário Sebastião Bento de Sousa, 67, está na Construção Civil há mais de 10 anos. Ele destaca que o trabalho é de risco. "O cara tem que saber operar uma balança dessa. O cinto de segurança, a trava-queda, tdo tem que ser qualidade. Se não, é um risco que tá correndo", diz.

Já o operário José Eudes Soares, 59, relata outra situação perigosa: "Já aconteceu com a gente em outro prédio aqui próximo que a balança que a gente tinha alugado destravou o trava-queda. Eu tive que amarrar com a minha própria corda, desmontar e montar novamente para poder descer".

Com informações da repórter Thays Maria Salles/Especial para O POVO