Governo Bolsonaro não tem compromisso com a educação, analisa ex-ministro

Ex-ministro participou de evento voltado para os professores da Rede Estadual de Ensino

22:43 | Dez. 13, 2019

FORTAELEZA, CE BR, 13.12.19 Renato Janine Ribeiro, prefessor, em visita ao Jornal O Povo. Foto: (Fco Fontenele/O POVO) (foto: FCO FONTENELE)

Filósofo e ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro afirmou que o Governo de Jair Bolsonaro não tem compromisso algum com a educação. Em passagem por Fortaleza para participar do Seminário DoCEntes, Janine comandou o MEC entre abril e setembro de 2015, durante o segundo governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Para ele, as tomadas de ações no Ministério ocorrem pelo ódio e falta de competência.

Após falar para cerca de 2 mil professores no Centro de Eventos do Ceará, o ex-ministro visitou as instalações da rádio OPOVO CBN e conversou com o O POVO. Para ele, como baixa, o Brasil perdeu a reputação positiva adquirida nos últimos 20 anos. Seja pela forma como lidou com o legado da ditadura, inclusão social ou políticas de educação.

“As diferenças entre a sensibilidade mais à esquerda, como o PT, e à direita, como o PSDB, diziam muito mais respeito ao ensino superior - o primeiro defendendo o público; o segundo, o privado - do que o ensino básico, onde todos estavam de acordo que tínhamos que melhorar como condição para a democracia liberal e igualdade de oportunidade entre as pessoas”.

Confira análise do ministro no #Fatoemanalise de hoje, com o jornalista Plínio Bortoloti comentando os últimos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa): 

Para o ex-ministro, o Governo Federal jogou todo esse consenso fora. “Para ele, não há diferença entre direita e esquerda democráticas, que ele repudia ambas. Como também a pauta emancipadora da educação”. Tema no qual falou hoje no Seminário DoCEntes, realizado pela Secretaria da Educação do Estado do Ceará (Seduc) em parceria com o Instituto Unibanco, com apoio da Fundação Demócrito Rocha.

Janine afirma também que o futuro da economia brasileira está comprometido se não tivermos pessoas estimuladas a serem originais e criativas. “Um ano perdido pode gerar vários de perdas. Quando você corta ou reduz o financiamento à pesquisa, você desarticula grupos e pesquisadores. Estimula essas pessoas a irem para o estrangeiro. Nós vamos perder talentos. Laboratórios e bibliotecas se não forem bem cuidados podemos ter problemas sérios para reconstruir”, considerou.