Justiça aceita denúncia do MPCE contra mais três suspeitos de decapitar homem por ser eleitor do Bolsonaro

Mailton era casado e pai de três filhos. A vítima foi torturada, teve o dedo amputado e a cabeça decapitada, conforme mostrou o laudo cadavérico

18:30 | Nov. 12, 2019

Além do crime de maus-tratos a animais, o MPCE requeriu reparação do dano moral coletivo causado pelo denunciado (foto: Sara Maia, em 10/1/2013)

A Justiça aceitou denúncia do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) contra mais três homens suspeitos de participação na decapitação de Mailton Gomes Vieira. A vítima foi torturada, teve o dedo amputado e a cabeça decapitada, conforme mostrou o laudo cadavérico. O crime aconteceu no dia 29 de outubro de 2018 e a motivação, conforme o processo judicial, foi o fato de que Mailton afirmou ser eleitor de Jair Bolsonaro.

Inicialmente haviam sido denunciados e presos José Magno de Souza, conhecido como "Nego", Thiago da Silva Monteiro, o "Palhaço", e Michel Freitas dos Santos, o "Michel Anão". A vítima, Mailton, teve a casa invadida enquanto dormia e foi retirada de lá. Ele foi levado para a rampa do Jangurussu, conforme os autos, foi algemado e agredido. 

Além da circunstância de não ter chance de defesa contra os criminosos, os autos afirmam que a motivação do crime foi torpe. "Agiram assim em razão da vítima ter dito que havia, nas eleições presidenciais de 2018, votado em Bolsonaro, e que ele iria acabar com os bandidos", diz o documento. Os réus integram a facção denominada Guardiões do Estado (GDE).

Na segunda-feira, 11, a 4ª vara do Júri da Comarca de Fortaleza aceitou a denúncia contra Leandro Cardoso Rodrigues, Eusébio Silva Dantas e Gerson Alves Rocha pelo crime de homicídio qualificado. Os três tiveram a prisão preventiva decretada nos autos do processo, que segue em segredo de Justiça.

Mailton era casado e pai de três filhos. A família da vítima, na época, chegou a receber alimentos em uma campanha de solidariedade organizada por agentes de segurança.