Proposta para Praia do Futuro prevê limite de tamanho para barracas e areia livre para banhistas

As diretrizes estão na proposta de edital que selecionará ideias para a reestruturação da Praia do Futuro. Conheça as propostas para o novo ordenamento das barracas

12:02 | Abr. 26, 2019

Termo sugere normas como a padronização visual da praia, estabelecendo tamanhos das barracas, espaços de lazer e preservação da apresentação marítima(foto: Diego Camelo / O POVO em 13/01/2016)>

A Praia do Futuro pode ganhar novo visual em breve. Nessa quinta-feira, 25, foi aprovado, em fórum organizado pelo Ministério Público Federal (MPF) em Fortaleza, o termo de diretrizes que vai sustentar as ideias de projetos arquitetônicos para o local. Firmados por instituições públicas e privadas, estão entre os objetivos a delimitação do tamanho e a realocação das barracas; a preservação visual do mar; e a manutenção de faixa de areia livre para uso dos banhistas.

O Fórum Permanente para a Requalificação da Praia do Futuro se reuniu na quinta-feira, 25. No prazo de até 90 dias, o MPF vai analisar, juntamente com a Advocacia-Geral da União (AGU), a proposta final do projeto. Após esse período, serão concedidos mais 90 dias à seccional cearense do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-CE) e à Prefeitura de Fortaleza, que ficarão responsáveis pela elaboração de edital para selecionar as melhores ideias para estruturar a praia.

O edital vai servir para a elaboração de um concurso nacional em que iniciativas poderão sugerir proposições sobre como melhor qualificar o espaço. Para participar da seleção, os interessados deverão apresentar ideias que vão ao encontro daquilo proposto pelo termo de referência aprovado pelo fórum.

As diretrizes gerais do projeto abordam aspectos culturais, históricos, paisagísticos e os potenciais econômicos e turísticos do local. “Respeitando a identidade da Praia do Futuro”, como justifica o documento. Candidatos também devem apresentar sugestões em relação a (ao):

Design dos equipamentos, priorizando a sustentabilidade quanto ao consumo de água e energia, contando ainda com a acessibilidade dos edifícios;

Áreas verdes, preservando a flora nativa, bem como árvores de grande e médio porte existentes no local, devendo ainda aproveitar ou transplantar vegetação herbácea;

Barracas, que serão padronizadas em três tamanhos de Registro Imobiliário Patrimonial (RIP), a serem concedidos após o processo de negociação entre as partes. Assim, os estabelecimentos terão altura máxima de 9 metros, entre os tamanhos: 500 m², 1.000 m² e 1.500 m². Todas as barracas, obrigatoriamente, deverão ser de uso exclusivo da gastronomia e do lazer recreativo e contemplativo;

Mobiliário urbano, devendo ser criados banheiros, áreas esportivas, bicicletários, entre outros equipamentos, prevendo também pequenos espaços, de até 25 m², para implantação de atividades de comércio e serviço de apoio;

Mobilidade urbana, priorizando entre os meios de locomoção o sistema cicloviário, considerando as políticas da Capital, observando as propostas do Plano Fortaleza 2040 e a legislação municipal e ambiental.

Procurador da República, Alessander Sales afirmou ao O POVO Online que, por meio do fórum, será possível chegar ao diálogo que privilegia os entes da sociedade envolvidos e interessados naquele espaço. “A nossa expectativa é de termos um projeto definitivo entre as instituições que representam a sociedade local. O melhor para a Praia do Futuro é o projeto arquitetônico que vai sair dessas discussões”, analisou.

Já Maurício Rossi, empresário e dono de barraca há 20 anos, disse acreditar que o projeto será “muito bom”, uma vez que hoje a Praia do Futuro estaria “meio feia”. “Com esse acordo, cria-se esse novo espaço, que vai ser benéfico para todo mundo”, planejou.

O projeto arquitetônico de “requalificação” da Praia do Futuro corresponde entre a rua Ismael Pordeus e a foz do Rio Cocó.