Em Fortaleza, pelo menos quatro pessoas foram vítimas do "golpe do vômito" na Uber

Dos quatro casos relatados sobre o "golpe do vômito" na Uber, três aconteceram nas últimas duas semanas

17:26 | Nov. 03, 2018

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Pelo menos quatro pessoas teriam sido vítimas do "golpe do vômito" aplicado por motoristas da Uber em Fortaleza. Após a publicação do primeiro caso, em matéria do O POVO Online, nessa sexta-feira, 2, outras três vítimas relataram problema similar com a plataforma de transporte privado.
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Os motoristas operam quase sempre da mesma forma. O passageiro embarca durante a noite, após sair de um bar e, no dia seguinte, descobre que o valor original foi estornado. O valor cobrado no dia seguinte, conforme O POVO apurou, varia de R$ 250 a R$ 372.

No primeiro caso noticiado, ocorrido no último dia 24, o passageiro verificou que o motorista usava foto de outra pessoa no perfil do aplicativo. Ele conseguiu o estorno do valor no cartão de crédito. No segundo caso, no dia 27, a cliente segue em tratativas com a Uber. De ambos foi cobrado R$ 350.

Outro caso aconteceu no último dia 27. O passageiro, que também pediu para não ser identificado por questão de segurança, relatou à empresa que se sentiu mal e pediu para o motorista fazer algumas paradas durante o percurso. O POVO Online teve acesso ao e-mail enviado à empresa de transporte privado.

"Pouco depois que saímos, senti um enjoo e perguntei ao motorista se ele poderia parar o carro. Depois que ele parou, próximo da calçada, abri a porta e vomitei na rua. Durante o percurso, solicitei que ele fizesse mais duas paradas e em todas abri a porta do carro e vomitei na rua, sem sujar o veículo", detalha a vítima em e-mail enviado à Uber.

No dia seguinte, ao avaliar o motorista, o homem deixou um comentário pedindo desculpas pelas paradas na corrida. "Quando adicionei uma gorjeta, tamanha foi minha surpresa ao ver que o valor da corrida estava em R$ 372,67".

Ainda no contato com o suporte, ele afirma que o carro sujo que aparece na foto enviada pela empresa não é o mesmo da sua viagem. A foto, contudo, é a mesma usada nos outros dois casos. "Muito me espanta uma plataforma como a Uber fazer uma acusação e uma cobraça como essa sem antes veirificar a validade das provas", protestou. Ele classifica o caso como acusação fraudulenta.
 
O Dj e produtor de eventos Luiz Neto, de 24 anos, afirma que foi vítima de uma ação parecida em julho último. O ponto de partida foi o Posto Eco, na Aldeota, para a residência do Dj. A corrida custou R$ 20. Luiz Neto descobriu o custo de R$ 250 no dia seguinte e ficou impossibilitado de realizar novas viagens.

"Fiquei sem entender. A Uber me informou que o débito foi devido a vômito no carro, mas ninguém vomitou. Foi surreal", conta. "Enviaram a foto do carro sujo. Falei que o motorista estava agindo de má fé, que minha nota na Uber era alta e que não usaria mais o aplicativo porque eu não pagaria por algo que não ocorreu. A Uber pediu desculpas e removeu o valor imediatamente". 
 
Questionada sobre o primeiro caso no último dia 31, a Uber respondeu que a ococerrência "já havia sido resolvida". Em nota, a empresa afirmou ainda que praticar ou participar de uma ação fraudulenta, de qualquer natureza, "é uma violação clara" dos Termos e Condições de Uso. "Estamos constantemente avaliando nossos processos e tecnologias relacionados a essas questões, e tomaremos as medidas cabíveis sempre que uma possível fraude for identificada", conclui a nota.

A reportagem contatou a Uber sobre os outros casos, mas não houve retorno até a publicação desta matéria.