Prefeitura de Fortaleza tem 48 horas para resolver falta de energia no Frotinha de Messejana

Por falta de energia, desde sábado, 22, estão reduzidos os atendimentos no Hospital Distrital Edmilson Barros de Oliveira, o Frotinha da Messejana. Na manhã desta quarta-feira, 26, equipe do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) visitou a unidade. Uma recomendação foi expedida e a Prefeitura de Fortaleza, responsável pela administração do hospital, terá 48 horas para resolver o problema.

 

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As equipes de reportagem tiveram acesso negado às dependências do Frotinha. Ana Cláudia Uchôa, promotora de Justiça de Defesa da Saúde Pública, fiscalizou e constatou a falta de energia elétrica no hospital.

 

Quase cinco dias depois, ainda não foram identificadas as causas exatas do problema. O POVO apurou que um transformador do prédio queimou. A Enel Distribuidora informou que houve “defeito na fiação interna".

"Vimos que realmente está tudo parado. Vamos expedir recomendação para que a energia volte em até 48 horas. Eu já disse que tem que fazer alguma coisa, tem que se virar. Botar mais gente trabalhando ou seja o que for", frisa a promotora. Segundo o MPCE, 12 pessoas estão internadas aguardando cirurgias. 

O artigo 41 da Resolução 63/2011 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina que “o serviço de saúde deve garantir a continuidade do fornecimento de energia elétrica, em situações de interrupção do fornecimento pela concessionária, por meio de sistemas de energia elétrica de emergência, nos locais em que a energia elétrica é considerada insumo crítico”.

Técnicos trabalham no local na tentativa de reparar o problema, mas não há previsão de retorno, segundo o MPCE. Dois geradores estão funcionando no prédio, mas não suportam equipamentos como aparelhos de raio-x e ar-condicionado. Novos atendimentos seguem suspensos. Se a Prefeitura não normalizar o atendimento em até dois dias, o MPCE entrará com ação judicial e pedido de liminar, conforme Ana Cláudia.

Quem procura atendimento no Frotinha da Messejana dá viagem perdida. A doméstica Rita de Cássia da Silva, 60 anos, não sabia do problema na unidade e foi buscar consulta médica, após fortes dores nas pernas e pés. Nem passou do portão. O segurança informou que os atendimentos seguem suspensos e sem previsão de retorno. "Os culpados não são os médicos e sim os governantes. Nós não sabemos votar, isso é pra gente aprender", lamentou. 

Pacientes que dependiam de aparelhos conectados à energia elétrica ou atendimento especializado foram transferidos para outras unidades de saúde. Alguns outros pacientes permanecem no Frotinha. Na calçada, um homem que não quis ser identificado conversou com o O POVO Online. Ele acompanha um amigo que é paciente na unidade e contou outros problemas. 

"Meu amigo foi operado da apendicite (antes da queda de energia) e ainda tá internado. Lá dentro é calor demais. Sem ar-condicionado nem ventilador. Tem três dias que a gente vê uns ratos enormes nos leitos mesmo. Deveriam mandar o Roberto Cláudio botar pelo menos uma ratoeiras", relatou ele.

Já uma funcionária da unidade relatou o problema no esgotamento sanitário. "Estourou desde o fim de semana, perto da própria sala da direção. Por falta de um grito, se perde uma boiada", resumiu. Ela também não quis ser identificada por medo de represálias.

 

Por telefone e e-mail, O POVO Online entrou em contato com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), via assessoria de imprensa, e aguarda retorno aos questionamentos.

 

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