Prefeitura recebe 50 novos cadastros por mês para atendimento de saúde mental

Somente a Regional 2 tem cerca de 7 mil pessoas cadastradas para o serviço. A informação foi passada pela coordenadora da rede de Saúde Mental de Fortaleza

21:58 | Mai. 18, 2018

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[FOTO1]Mais de três décadas após o início do Movimento da Reforma Psiquiátrica, quando iniciaram as discussões para o fechamento dos hospitais de internação para pessoas com transtornos mentais, ainda há muito o que se discutir sobre o tema. Ontem, durante as comemorações do Dia Nacional da Luta Antimanicomial, na Unidade de Acolhimento da Regional II, coordenadora da Rede de Saúde Mental de Fortaleza, Aline Gouveia, afirmou que, somente no Centro de Apoio Psicossocial, cerca de 50 pessoas são cadastradas todos os meses para atendimento psicológico e psiquiátrico. 

[SAIBAMAIS]“Demos um grande avanço na política de saúde mental em Fortaleza com a ampliação da rede de atendimento e a criação de três unidades de acolhimento. Mas ainda há muito o que avançar”, confirma a coordenadora. A Cidade conta hoje 15 Centros de Apoio Psicossocial (Caps), sendo seis Caps gerais, sete Caps AD (álcool e drogas) e dois Caps Infantis. Nesses espaços, as pessoas podem buscar tratamento de forma direta, sem a necessidade de um encaminhamento. Há, ainda, três Unidades de Acolhimento: uma para homens, outra para mulheres e uma terceira para crianças e adolescentes.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) não forneceu os dados da procura por atendimento nas unidades em Fortaleza.

A luta hoje não é só para quebrar os muros dos manicômios. De acordo com Socorro Castelo, coordenadora da Unidade de Acolhimento da Regional II, o desafio está em diminuir o preconceito da sociedade e humanizar as equipes dos profissionais de saúde que tratam diretamente com os pacientes. “Toda a formação do profissional de saúde deve ter um foco nesse tipo de atendimento. Aqui, nós temos uma equipe humanizada, que trata os pacientes com respeito e dignidade”, orienta a coordenadora. 

Três jovens são acolhidos hoje na unidade de atendimento, por problemas com drogas. Um deles, de 16 anos, está na unidade há um mês e não é usuário de entorpecentes. Com os pais viciados, sentia-se ameaçado e procurou ajuda de um conselheiro tutelar, que o encaminhou para a casa de acolhimento. “Aqui eu tenho paz. Eles brigavam muito. Comigo e com os meus irmãos, principalmente, pedindo dinheiro”, diz. Os pacientes podem passar até seis meses no lar temporário e contam com o apoio de uma equipe multidisciplinar, com psicólogos, psiquiatras, terapeutas ocupacionais.

Luana Negreiros, terapeuta ocupacional, destaca os medicamentos não são a única forma de cura da dependência química nem dos transtornos psicológicos. No CAPS geral da Regional 2, os grupos de terapia ocupacional participam de oficinas de incentivo ao empreendedorismo, com produção de artesanato, roupas, obras de arte. O material é vendido nos terminais de ônibus do Papicu, Lagoa e Parangaba. “O que se ganha é revertido para a compra de materiais e, o restante, é dividido com o próprio grupo”. ensina.



Endereço dos Centros de Atendimento Psicossocial (Caps)

- Rua Soares Bulcão , 1494 - São Gerardo;
- Rua Pinto Madeira , 1550 - Aldeota;
- Rua Dona Leopoldina, 8 - Centro;
- Avenida Borges de Melo , 201 - Jardim América;
- Rua Antônio Drumond, 808 - Monte Castelo;
- Rua Júlio Azevedo , 1176 - Papicu;
- Rua Cruz Saldanha , 485 - Parquelândia;
- Rua Francisco Pedro, 1269 - Rodolfo Teófilo;
- Rua Frei Marcelino , 1191 - Rodolfo Teófilo
- Rua Virgílio Paes , 2500 - Cidade dos Funcionários;
- Rua Salvador Correia de Sá, 1296 - Sapiranga;
- Rua Manoel Castelo Branco , 200 - Messejana;
- Rua Bom Jesus , 940 - Bom Jardim;
- Rua Antônio Nery, s/n - Granja Portugal