MP investiga grupo suspeito de ataque a estudante no Benfica

Em comunicado enviado à imprensa pelo MPCE, o procurador-geral de Justiça Plácido Rios reconheceu ainda a urgência das investigações

13:30 | Jan. 21, 2018

O Núcleo de Investigação Criminal (Nuinc) do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) instaurou procedimento para o início das investigações criminais que devem apurar crimes de intolerância que teriam sido praticados por integrantes de supostos grupos de skinhead. A iniciativa ocorreu após um grupo que se diz "nacionalista" ter agredido um estudante no bairro Benfica, na noite da última quinta-feira, 18.
 
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O MP reconhece que as supostas razões do crime sejam intolerância, mas ainda aprofundará investigações "em face de reiteradas postagens em redes sociais que vêm se repetindo há algum tempo no Estado, fazendo apologia ao antissemitismo, discriminação e preconceito étnico e sexual, crimes previstos na Lei 7.716/89".
 
Em comunicado enviado à imprensa pelo MPCE, o procurador-geral de Justiça Plácido Rios considera "repugnante" o desrespeito e atentado contra a vida ou liberdade alheias, por causa de preconceito ou intolerância sexual, étnico-racial ou religiosa. Ele reconheceu ainda a urgência das investigações.
 
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“O MPCE investigará cabalmente todas as condutas que venham a amoldar-se aos conhecidos ‘crimes de ódio’. Lamentável que nossa sociedade ainda tenha que conviver com isso. Não deixaremos que nenhuma conduta dessa natureza fique impune em nosso Estado”, destaca Plácido.

Violência
Em entrevista ao O POVO na tarde deste sábado, 20, o grupo suspeito de responsabilidade pela agressão ao estudante foi apedrejado. Um integrante teve corte na cabeça e foi levado a hospital.

Na entrevista, o grupo se colocou à disposição das autoridades. Eles relataram que faziam panfletagem antidrogas quando um grupo de jovens passou a rasgar os cartazes. A partir disso, teria havido discussão e o estudante, empurrado. Os entrevistados negaram que o movimento pregue a homofobia ou o racismo.
  
Versões

"Me cercaram e começaram a me socar. Eu só tive a reação de proteger a minha cabeça e gritar por socorro. Levei um soco que rasgou de leve minha orelha e mais alguns que me fizeram cair. Enquanto eles me batiam, só ouvia algo relacionado a eu ser um viadinho e um preto imundo", relatou, na rede social Facebook. 
 
Redação O POVO Online