Furto de munições. 10ª Região Militar e Secretaria da Segurança investigam crime

Em nota divulgada à imprensa, o Exército informou que foi aberto Inquérito Policial Militar (IPM) no 10º Depósito de Suprimentos (10º Dsup), em Maranguape, quartel de origem de dois militares investigados

19:02 | Jan. 10, 2018

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A 10ª Região Militar confirmou que abriu um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar o furto de pelo menos 14 mil munições de fuzil 7.62, retiradas de um quartel do Exército, em Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). O crime ocorreu no ano passado e teria sido executado por pelo menos dois soldados da própria instituição, lotados no 10º Depósito de Suprimento (10º Dsup), já identificados e presos preventivamente.

No entanto, o furto só foi detectado no último dia 29 de dezembro, quando militares da 2ª Companhia de Suprimento, naquele município, constataram o desvio. Em nota à imprensa, divulgada nesta quarta-feira, 10, o Exército informou que o caso está sendo apurado também pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). O promotor militar Fernando Meireles irá acompanhar o caso.

O POVO apurou que um dos soldados teria dito, em depoimento, que a munição seria destinada à facção criminosa Guardiões do Estado (GDE). O militar teria trocado os cartuchos de fuzil por uma moto e um apartamento, supostamente localizado na comunidade da Babilônia. O imóvel fica em um condomínio popular, inacabado e invadido, de responsabilidade da Prefeitura de Fortaleza.

Pelo menos a metade do lote dos 14 mil cartuchos furtados teriam sido recuperado pela Polícia Civil cearense e o Exército. O POVO procurou a SSPDS para falar sobre o caso, mas a pasta informou que não irá se manifestar, nem por meio de nota. Já o Exército diz que as únicas informações disponíveis são as que constam no texto divulgado.

Crime

O furto foi descoberto por acaso. Foi quando um contingente do Exército, lotado no 23° Batalhão de Caçadores (23º BC), teve de ser deslocado para o Rio Grande do Norte (RN) por causa da greve de policiais militares, civis e bombeiros do estado potiguar.

Ao disponibilizar o armamento para uma tropa de pelo menos 800 homens, militares notaram que milhares de cartuchos haviam sumido.

Também há a suspeita, não confirmada pela 10ª RM, de que um dos soldados teria levado outras munições, além dos cartuchos de 7.62 e algumas armas.

A munição, retirada do paiol da 2ª Companha do 10º Dsup, tem poder de perfurar um veículo blindado.