Professores da Vila das Artes estão com salários atrasados desde junho

Por causa do atraso salarial, as aulas foram paralisadas, prejudicando os processos de formação e a montagem do espetáculo dos alunos

19:48 | Set. 23, 2016

Professores da Escola Pública de Dança, da Vila das Artes, estão com salários atrasados desde junho deste ano, devido ao atraso no repasse de recurso destinado à instituição. O grupo, formado por nove profissionais, realizou um protesto nesta sexta-feira, 23, na Secretaria Municipal de Finanças (Sefin) para cobrar a resolução do impasse.

Por causa do atraso salarial, as aulas foram paralisadas, prejudicando os processos de formação e a montagem do espetáculo dos alunos, que está previsto para ocorrer no começo de dezembro no Theatro José de Alencar (TJA). A Escola atende 150 alunos, entre 8 a 15 anos, com cursos de formação básica de balé clássico e contemporâneo, capoeira e história da dança, em 50h/semanais.
[SAIBAMAIS]
A Sefin explica que um convênio foi feito com uma nova entidade, responsável por fazer o repasse à Vila das Artes, neste ano. Conforme a pasta, a legislação eleitoral prevê que a partir do dia 1º de julho não é permitido realizar pagamento de novos convênios. A Secretaria afirma que consultou a Procuradoria Geral do Município (PGM) para saber se o órgão municipal poderá efetuar pagamento e espera receber um retorno na próxima semana.

 

No ato desta sexta, três professores foram recebidos pelo secretário executivo de Finanças, Fernando Marinho, para tratar sobre o impasse. "O secretário executivo falou que está ciente da gravidade, mas precisa de amparo jurídico para o repasse ser feito. Ele falou que será solicitado um procurador para fazer uma análise e saber se esse trâmite será possível, visto que a Vila das Artes desenvolve um trabalho contínuo, não é um projeto pontual", afirmou a professora da Escola Pública de Dança, Rosa Ana, 34 anos.


A professora da instituição, Dandara Matos, 31 anos, afirma que o problema de repasse é recorrente e critica a falta planejamento para evitar o problema. "Se já sabem que vai ocorrer o período eleitoral, era para ter sido feito um planejamento por parte da Prefeitura. Está bem complicada a situação. Todo mês tem conta para pagar. E quem não tem outra renda?", questionou ela.


Procurada pelo O POVO Online, a Secretaria da Cultura de Fortaleza (Secultfor) informou estar ciente do caso e que busca efetuar o pagamento o quanto antes para não prejudicar as crianças e os professores. A pasta não tem data definida, por enquanto, para o problema ser resolvido.