Internada com pneumonia grave, Laurinha pode receber alta nesta sexta

Laura Praciano Cruz acordou do coma em dezembro do ano passado, mas ainda respira com ajuda de aparelhos

19:40 | Set. 01, 2016

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A menina Laura Praciano Cruz, de apenas dois anos, está internada há nove dias com quadro grave de pneumonia. Conforme o pai, Ádamo Cruz, a estratégia médica era que ela fosse liberada no começo da semana, mas o problema respiratório não apresentou a involução esperada. Uma bateria de novos exames deve ser realizada na manhã desta sexta-feira, 2. A expectativa é de que Laurinha já receba alta.
  
O pai conta que ela contraiu a infecção em casa e foi tratada de acordo com a necessidade, mas o problema se consolidou "com força". Ádamo diz ainda que a pneumonia é decorrente da própria situação em que a menina se encontra, respirando com ajuda de aparelhos. "Nós nos vimos obrigados a interná-la. Ela continuar no ambiente hospitalar, onde tem melhores condições de ser tratada, também foi uma estratégia. Agora o quadro está mais favorável", diz.
 
Ádamo considera que a estadia não deve mais se alongar. Laura ainda tem duas incisões abertas - uma na barriga e outra no pescoço, onde foi aberta sonda para a traqueia. "Ela ter essas incisões abertas aumenta a possibilidade de ter infecção, mas tudo indica que em breve estaremos em casa. Pelos sintomas e condição clínica, já notamos que ela está bem melhor". 
 
Laurinha foi internada, pela última vez, em outubro do ano passado. O tempo entre as internações surpreende, de forma positiva, a família e a equipe médica. Mas o fato é acompanhado com cautela. "As pessoas que se informam da situação não fazem ideia do que a gente passa. Sempre que ela é internada é porque a situação é grave", afirma. A menina se encontra no Hospital Regional Unimed Fortaleza (HRU). "Faço especial agradecimento à equipe médica. Fomos tratados com todo carinho e cuidado lá".
 
Justiça 
 
Enquanto a saúde de Laurinha é tratada, a família aguarda a evolução do processo criminal contra as pessoas envolvidas. Reportagem publicada pelo O POVO, em dezembro do ano passado, mostrou que a morte da mãe, Paula Teixeira Praciano, foi causada por "choque anafilático devido a efeito adverso de droga ou medicamento correto e administrado de maneira apropriada", como consta no laudo cadavérico.
 
A família aguarda ainda pronunciamento da Justiça sobre o processo cívil movido contra o hospital Gastroclínica, onde o parto foi realizado. "A vida da minha mulher e a sequela que ficou na minha filha não tem valor que pague", desabafa. "Só queremos que as pessoas responsáveis paguem por isso. Esse é nosso maior anseio".

Entenda o caso

Laura Praciano Cruz nasceu em 6 de fevereiro de 2014. A mãe dela, Paula Teixeira Praciano, morreu durante o parto, após ser medicada com kefazol. O remédio provocou choque anafilático. Consequentemente, Laurinha ficou sem oxigênio. Ela ficou internada na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital e Maternidade Gastroclínica nos primeiros seis meses. Depois, foi transferida para o HRU.

O grupo de apoio à família no Facebook, surgido a partir da campanha #AcordaLaurinha nas redes sociais, já conta com mais de 126 mil membros. Laurinha acordou do coma em dezembro do ano passado, mas ainda respira com ajuda de aparelhos.