Radicado em Fortaleza, Euzebio Zloccowick deixou filme em pós-produção

Gravado na casa da escritora Rachel de Queiroz, em Quixadá, "Xique-xique" conta a história de um "homem-cactos" para homenagear o sertão nordestino. Zloccoqick morreu nesta quarta, 8

16:32 | Jun. 09, 2016

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O ator, diretor e produtor alagoano Euzebio Zloccowick, que morreu nesta quarta, 8, deixou um projeto audiovisual em pós-produção. O filme "Xique-xique", produzido nos últimos dois anos, é resultado da instalação, montada em 2014, em que o artista catalogou diferentes tipos de espinhos de cactos. Com cenas filmadas na casa da escritora Rachel de Queiroz, em Quixadá, a 158 km de Fortaleza, a ficção conta a história de um "homem-cactos".
 
De acordo com a pesquisadora sonora Vivi Rocha, que trabalhou na captação e edição de som, o filme surgiu do projeto realizado no Porto Iracema das Artes e segue em processo de montagem. "Ele preferiu ir para o lado mais lúdico, criando nomes para esses diferentes tipos de espinhos", explica. Três vídeos, que mostravam a colheita dos cactos, foram registrados para a instalação. Além desse material, cenas inéditas filmadas no ano passado, também no sítio, ajudam a formar a ficção imaginada por Zloccowick.
 
A casa de Rachel de Queiroz, explica Vivi Rocha, foi escolhida por Euzebio como um símbolo do sertão. "Ele queria muito que fosse nesse lugar que a Rachel morou também por fazer 100 anos da Seca do 15 para homenagear o sertão", diz. "É uma paisagem muito poética, muito bonita, apesar de ser essa imagem seca".
 
Conforme Vivi, o "desejo" do artista era "fazer essa ficção a partir da colheita".
 
Euzebio Zloccowick e Vivi Rocha produziram juntos o curta-metragem "Sem Espinhos", filme-intervenção realizado no Parque da Liberdade, no Centro de Fortaleza, em 2012.