Atualizada às 10h11min

Os motoristas e cobradores de ônibus da linha 351-Jóquei Clube/Bonsucesso paralisaram as atividades na manhã desta terça-feira, 20, em protesto contra a violência nos coletivos. A categoria reivindica mais segurança no percurso realizado pela linha, que registra um número alto de assaltos, conforme o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro-CE).

Ao todo, os cinco ônibus que compõem a linha estão parados no terminal da Lagoa, onde os trabalhadores aguardam uma negociação com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus). “Somente na segunda-feira, 19, registramos três assaltos em ônibus da linha pela manhã e outros quatro pela tarde. Quando um novo roubo ocorreu na manhã desta terça-feira, 20, os trabalhadores resolveram parar”, detalha Domingo Neto, presidente do Sintro.

Segundo Domingo, a Polícia Militar ofereceu duas viaturas para apoiar o trecho da linha considerado mais perigoso, na rua Boa Vista, no bairro Bonsucesso. “Vai depender dos trabalhadores, se eles acharem essa alternativa segura eles voltam a trabalhar ainda nesta manhã”, completa o presidente.

Uma assembleia com os trabalhadores será realizada com membros do Sintro e da PM para discutir as medidas de segurança, segundo o 1° diretor suplente do sindicato, Ronaldo Cardoso. “Os motoristas e os cobradores dessa linha estão apreensivos, não têm mais condição de trabalhar sem segurança. O assalto logo no início da manhã foi a gota da água”, defende.

O superintendente ténico do Sindiônibus, Pessoa Neto, disse que durante paralisações de linhas o procedimento padrão é remanejo de outros veículos para cobrir o percurso afetado. "Mesmo assim a população fica prejudicada, entendemos que assaltos pontuais motivaram a paralisação, mas trabalhamos para diminuir os riscos de assaltos", destaca. 

Na manhã da última segunda-feira, 20, motoristas e cobradores de ônibus fecharam o terminal da Messejana para reivindicar a reforma do ponto de apoio do local. Na ocasião, o Sintro também questionou a insegurança nos coletivos, tanto para trabalhadores como para usuários.

Em 2014, Fortaleza registrou 1.716 assaltos a ônibus urbanos, o que corresponde a uma média de quase cinco ataques por dia, entre janeiro e dezembro. O POVO publicou matéria mostrando que houve queda de 32% no total de ocorrências, em relação ao ano de 2013.