Manifestantes voltam a retirar tapumes da obra de viadutos
O grupo é contra o corte de 94 árvores, na região do Parque do Cocó onde irá ser construída a alça de dois viadutos.
Atualizada às 20h30min
Os protestos contra a derrubada de 94 árvores em trecho do Parque do Cocó continuaram na tarde desta segunda-feira, 15, e no início da noite. Ambientalistas voltaram a retirar os tapumes que isolam os serviços da calçada, no cruzamento das avenidas Engenheiro Santana Júnior com Antônio Sales.
O protesto de hoje começou às 8h e se prolongou ao longo de todo o dia, dando continuidade à ação iniciada na última sexta-feira, 12. Agentes da Guarda Municipal interferiram na ação, alegando ilegalidade.
De acordo com o vereador João Alfredo (PSol), o Procurador do Ministério Público, Oscar Costa Filho, esteve no local e questionou a existência da licença ambiental, que deveria estar publicitada na placa da obra. Ainda segundo João Alfredo, o prefeito Roberto Cláudio garantiu que a derrubada de árvores ficaria sustada até a audiência marcada para a manhã desta terça-feira, 16. "O que estamos questionando é isso: a derrubada das árvores seria para a construção da alça do viaduto. Por quê a alça não foi projetada para ser construída do outro lado, onde há o estacionamento de um supermercado? Ou, por quê não se optou pela construção de um túnel?", questionou João Alfredo.
Já para a militante política Rosa da Fonseca, a derrubada das árvores é um "absurdo", por causa do impacto ambiental que a obra irá causar sobre a fauna e flora do Parque Ecológico do Cocó. "É uma ignorância, uma visão estreita que eles têm, uma visão urbana que é antiquada, pois não leva em conta a qualidade de vida das pessoas e dos recursos naturais", acredita Rosa.
Para o manifestante Lucas Moreira, estudante, 18 anos, que ajudava a retirar os tapumes, o ato do grupo é para que "a cidade possa ver o que está acontecendo por trás dos tapumes. O Cocó é devastado todos os anos, se a cidade não se juntar, nós vamos perder o parque muito rápido".
[SAIBAMAIS 2]
O corte das árvores começou a ser realizado na última quinta-feira, 11. Atendendo a lei 5.530 do Código de Obras e Posturas do Município e a Lei de Crimes Ambientais, para cada árvore derrubada, três serão plantadas, totalizando 282. As empresas consorciadas terão 60 dias para realizar o plantio. Caso descumpram o prazo estipulado, poderão ser multadas e a obra pode chegar a ser embargada.
Redação O POVO Online