PUBLICIDADE
Notícias

Grupo acampado no Parque do Cocó denuncia ameaças

10:00 | 27/07/2013

Integrantes do movimento em defesa do Parque do Cocó, que estão acampados na área onde serão construídos viadutos, denunciam ameaças que vêm recebendo durante todo o período do acampamento. Segundo o grupo, houve ameaças de expulsão por parte da Prefeitura e agressões contra as pessoas que acampam no Parque. Na madrugada da última quinta-feira, 25, dois integrantes do acampamento, Herlânio Silva e Vitor Hugo, teriam sido feridos por pedras atiradas de uma Hylux desconhecida. "A pedra de calçamento atingiu a minha perna esquerda, o outro foi atingido na perna direita. A cada madrugada tem uma novidade", disse Herlânio ao O POVO Online.
[SAIBAMAIS 1]

Em um vídeo publicado ontem no Youtube por um dos integrantes, homens da Guarda Municipal de Fortaleza (GMF) fazem alerta ao grupo. “Vocês podem ter a garantia de que nós, nenhum de nós aqui hoje vai agredir nenhum de vocês. Amanhã eu não sei...”, diz o policial no vídeo.

Apesar do clima de insegurança, o grupo decidiu permanecer acampado no Parque. A decisão foi tomada na noite da última sexta-feira, 26, durante reunião para avaliar a situação do acampamento. A reunião ocorreu após decisão da Superintendência de Patrimônio da União (SPU), que liberou a obra para construção de viadutos no trecho. Anteriormente já havia caído uma liminar do juiz Francisco Chagas Barreto, da 2ª Vara da Fazenda Pública, que embargava a obra. A liminar foi fruto de ação popular movida pelo advogado Rogério Araújo.

Apesar das duas decisões e das declarações do prefeito Roberto Cláudio (PSB) de que pretende retomar de imediato a construção dos viadutos, os integrantes do acampamento decidiram permanecer no Cocó. Em nota enviada à imprensa eles chamam a população para participar de debates, assinar o abaixo-assinado contra a construção dos viadutos e tomar parte na mobilização. Durante esse fim de semana ocorrerá programação aberta ao público no acampamento.

POLÊMICA
Segundo o O POVO publicou esta semana, técnicos e acadêmicos têm opinião contrária a construção dos viadutos. Eles preveem dano ambiental e impactos urbanísticos negativos que seriam causados pela obra. Exemplos são os professores dos cursos de Arquitetura e Geografia UFC, Clarice Sampaio Freitas, José Sales e Jeovah Meireles, que por diversas vezes já contestaram a construção dos viadutos e apresentaram soluções alternativas aos mesmos.

Também a Polícia Federal instaurou ontem inquérito para apurar a responsabilidade criminal da Prefeitura de Fortaleza no corte de mais de 70 árvores do Parque do Cocó. A investigação foi iniciada com base em laudo do Ibama, que conforme o MPF, comprova a prática de crime ambiental.

Além da PF, o MPE ingressou com ação contra a continuidade da obra e há uma ação anterior do MPF pela preservação do Parque como um todo. Ainda não há decisão sobre estas duas ações.

Os integrantes do movimento também vão apresentar recurso à decisão do presidente do TJ-CE que sustou a liminar que embargava a obra. Eles querem uma audiência com o prefeito Roberto Cláudio para discutir a construção dos viadutos.

Programação no acampamento:
Sábado, 27
Realização de pedágio e mobilização para reforçar o acampamento
Exibição de vídeos e debates
Domingo, 28 – Domingada no Parque
8h - Piquenique com a criançada - malabares, trilha, oficina de máscaras, pipas, contação de histórias etc
18h – Obra do Cocó - Debate sobre mobilidade urbana, impactos ambientais e alternativas – Jeovah Meireles, José Sales, acampados e movimentos sociais
Segunda-feira, 29 – Mobilização e atividades
Terça-feira, 30 - Manifestação no Paço Municipal e Palácio da Abolição com concentração às 14h no Passeio Público

Assista ao vídeo em que policiais da GMF fazem ameaças ao grupo:

[VIDEO1] 

 

Redação O POVO Online

TAGS