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Amigo de jovem morto por PM conta o que presenciou do crime

Darlan de Castro Silva, 25, foi morto com um tiro disparado por um cabo da Polícia Militar, na tarde do último sábado, em Paracuru

18:54 | 29/07/2013
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"Ele não falou nada, não gritou, não fez nada. Só ficou com as mãos nas costas. Aí percebi que ele tinha levado um tiro". Foi assim que o eletricista Gerardo Magalhães, 24 anos, viu seu amigo de infância morrer, ao seu lado.

Darlan de Castro Silva, 25, foi morto com um tiro disparado por um cabo da Polícia Militar, na tarde do último sábado, em Paracuru, a 88 quilômetros de Fortaleza. A vítima estava no banco traseiro de um carro que desviou de uma blitz.

Gerardo contou que o amigo estava em Paracuru depois de muitos anos ausente. "Fazia tempo que a gente não se via. Como ele foi o primeiro da turma a se casar e o primeiro a ser pai, ele teve que assumir essa responsabilidade. Ele foi morar com a mulher que ele vive... Vivia, né", disse o eletricista ao O POVO Online.

Darlan estava aproveitando as férias do trabalho de motorista para construir uma casa em um terreno presenteado pelo pai. "Ele já tinha até comprado os materiais", disse Gerardo. Para comemorar a visita, os amigos combinaram de ir a uma festa para fazer o que sempre faziam na infância. Jogar vídeo game e tomar banho de piscina. Depois de passar o dia juntos, resolveram ir comprar carnes para churrasco e cervejas.

No caminho, descontraído, Darlan contava sua última história. "Ele falava sobre um show que tinha ido do Tirulipa, o filho do Tiririca. Ele estava contando as piadas e ficava o imitando. Depois, aconteceu", relatou o amigo.

[SAIBAMAIS 2]


Versão policial é negada

Segundo a Polícia, o militar alega que o disparo foi acidental. O policial disse que estacionou a moto e caiu (junto com o veículo). O eletricista nega a versão.

"Essa foi a versão que ele contou, mas nós, que somos as vítimas, não vimos isso. Não vimos ele no chão e nem caindo. Quando olhei para trás, ele estava em movimento e chegou junto de nós. Ele atirou para matar", afirmou Gerardo, que prestou depoimento na delegacia de Paracuru, na manhã desta segunda-feira, e depois foi ao local do crime fazer a reconstituição.

Protesto

A missa de sétimo dia será celebrada na tarde do próximo sábado, 3. Uma caminhada de protesto por justiça seguirá até a igreja do centro de Paracuru.

Redação O POVO Online

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