A compra e a revitalização do Campo do América, localizado no bairro Meireles, podem, finalmente, ser realizadas. Após reunião entre o prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio e o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, ocorrida na última quarta-feira, 16, em Brasília, ficou estipulado o valor de R$ 7,7 milhões para a compra do terreno, com base em avaliação da Caixa Econômica Federal (CEF) feita em dezembro de 2012.

A Prefeitura, no entanto, recorreu do preço, defendendo que o espaço é uma Zona Especial de Interesse Social (zeis), ou seja, uma área demarcada no território de uma cidade, para assentamentos habitacionais de população de baixa renda. Desta forma, a contraproposta é de que o preço caia para R$ 2,8 milhões.

Nesta sexta-feira, 19, um documento comprovando que o Campo do América é uma Zeis foi encaminhado pela Procuradoria Geral do Município (PGM) à superintendência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), proprietário do espaço.

Promessas
As promessas de revitalização do Campo do América são antigas e remetem ao ano de 2010. Desde então, o valor foi definido diversas vezes, mas nunca chegou-se a uma decisão.

"Desde 2000 eu escuto promessas sobre esse campo. Moro aqui há muitos anos, sempre utilizei para jogar bola com os amigos. Acho que as autoridades já deveriam ter feito", disse o estudante Caio Rocha, de 15 anos, que mora próximo ao Campo.

Perspectiva
O presidente nacional da Central Única das Favelas (Cufa), Preto Zezé, acredita que desta vez a compra e a revitalização do Campo do América darão certo. Segundo ele, as respostas e documentos que faltavam estão sendo entregues pelo prefeito Roberto Cláudio. "Eu pessoalmente conferi e conheço esses documentos. Outro detalhe importante é que o Prefeito já se reuniu com o Ministro Garibaldi (Previdência Social) e acertou tanto o  valor quanto o parcelamento", diz Zezé.

Apesar da criminalidade que existe no entorno do local, o presidente da Cufa acredita que as obras irão agir positivamente para a imagem da comunidade do Campo do América. "A comunidade vai se sentir motivada a se mobilizar por uma agenda positiva e isso tende a melhorar a convivência", defende.

Camila Holanda
camilaholanda@opovo.com.br
Isabel Costa

isabelcosta@opovo.com.br