Intercâmbio contribui para o desenvolvimento pessoal e profissional de jovens

Entre as diversas vantagens estão o aprendizado de outro idioma, mais autonomia, novas amizades e mais empatia com a diversidade cultural

13:50 | Nov. 15, 2017

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Entre as diversas vantagens estão o aprendizado de outro idioma, mais autonomia, novas amizades e mais empatia com a diversidade cultural

Brena Gomes, recém-formada em Jornalismo pelo Centro Universitário 7 de Setembro (Uni7), em Fortaleza, diz que o intercâmbio foi a melhor experiência vivida até hoje, aos 22 anos de idade. O sonho de estudar em outro país foi realizado em janeiro último, quando passou 40 dias em Mendoza, na Argentina, desenvolvendo trabalho social na Organização Não Governamental (ONG) Inmenza Esperanza.

A oportunidade, segundo Brena, trouxe amadurecimento, proatividade, além de adaptação a outras culturas. “O mundo vai muito além do que a gente pensa”. Enquanto Brena era voluntária para arrecadar fundos para a ONG, viu seu lado humano desenvolver-se. “Ajudar a vida de quem você nem conhece traz mais empatia de olhar para o próximo. Isso em mim ficou ainda mais forte.”

Para concretizar o intercâmbio, Brena planejou-se durante um ano, buscando convênios entre o mercado e a faculdade. Considerava o projeto financeiramente inviável até encontrar a Association Internationale des Etudiants en Sciences Economiques et Commerciales (Aiesec), empresa que realiza intercâmbio social de baixo custo. “Não é só para gente rica. É para quem se planeja”, destaca Brena, que conseguiu pagar toda a viagem com a bolsa de estágio.

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Sem Fronteiras

Com o Programa Ciências Sem Fronteiras (CsF), do Governo Federal, o intercâmbio também foi possível para Lia Sabino, de 26 anos. Em 2013, ela ainda cursava Engenharia Ambiental na Universidade Federal do Ceará (UFC) quando fez as provas do projeto e ganhou a bolsa de um ano para estudar na Universidade de Greenwich, na cidade de Chatham, Inglaterra.

Além de aperfeiçoar o idioma inglês, Lia trouxe na bagagem a convivência com estudantes de vários países, como Egito, Turquia, Cazaquistão. “Abriu muito minha cabeça para me desfazer de vários preconceitos”, revela. Para a engenheira, o intercâmbio é uma oportunidade única que ajuda a “sair um pouco dessa caixinha em que a gente vive”.

O retorno ao Brasil, em 2014, no entanto, foi um “baque”. Acostumada a aproveitar a vida ao ar livre, Lia revela que precisou adaptar-se ao medo da violência e à perda da liberdade. “Até o espaço na rua é menos convidativo, transporte público menos eficiente. Lá, usufruir desses espaços públicos, dos parques foi a coisa de que mais senti saudade quando voltei”.

O CsF para graduação encerrou com o último edital de 2014, mas continua com bolsas de pós-graduação, pós-doutorado e estágio sênior no exterior. Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), em 2017, foram cerca de 5 mil bolsas nestas categorias.

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High School

Carlos Gadelha tinha 16 anos e cursava o segundo ano do ensino médio no colégio Ari de Sá, em Fortaleza, quando fez intercâmbio para Nebraska, nos Estados Unidos, em 2011. O estudante viajou pelo High School, programa de estudos que permite ao aluno cursar uma parte ou todo o ensino médio no exterior.

A experiência de um ano na Scottsbluff High School tornou Carlos mais independente dos pais, responsável com dinheiro e aluno mais decidido, uma vez que precisou escolher a própria grade de disciplinas. O intercâmbio ajudou-o a vencer as pressões da família e escola pela carreira em Medicina. Atualmente, Carlos cursa o 8º semestre em Farmácia na UFC. “É o que eu quero e não o que as pessoas decidem por mim. Gosto muito e não me arrependo”.

Entre os desafios da viagem, o estudante destaca a comunicação em outro idioma, principalmente pela timidez. “Durante três meses, quase não me comuniquei”. Porém, Carlos partilha outros aprendizados com o segundo intercâmbio, realizado em janeiro deste ano para Mendoza, na Argentina, pela Aiesec. Ele sugere conversar bastante com as pessoas do local, aproveitar experiências culturais e criar laços verdadeiros de amizade.

Intercâmbio Social

Com o propósito de desenvolver o voluntariado e o empreendedorismo, a Aiesec oferece três opções de intercâmbio social para jovens entre 18 a 30 anos. A empresa atua há nove anos em Fortaleza e conta com 51 filiais no Brasil. Segundo Deborah Ferreira, diretora de Intercâmbios Sociais da Aiesec Fortaleza, os projetos são desenvolvidos em parceria com ONGs, startups e empresas internacionais.

Entre os benefícios da experiência, a diretora aponta o desenvolvimento pessoal e profissional. “O jovem vai ter uma contribuição para o mundo, entender seus valores e papel na sociedade. Além de conhecer seus limites, pensar nas soluções ao invés de sempre depender dos outros”.

Conheça os programas:

     • Voluntário global – o intercambista desenvolve projetos em ONGs relacionados à educação e ao meio ambiente, com duração de seis semanas, em países da América Latina;

     • Empreendedor global – o jovem trabalha em uma startup, de forma não remunerada, com duração de seis semanas;

     • Talentos globais – trabalho remunerado em empresa internacional, nas áreas de Tecnologia da Informação, Marketing e Educação, com duração de seis meses a dois anos. Vagas para Alemanha, Hungria e Suécia. É preciso ter inglês intermediário e enviar currículo para seleção.

Serviço

Aisec – (85) 3099 0050

Programa Ciência Sem Fronteiras -  www.cienciasemfronteiras.gov.br