A melhor maneira de agir durante um assalto

Caso as estratégias para prevenção da abordagem falhem e o assalto aconteça, reagir não é a melhor opção. É importante manter a calma e agir com racionalidade

08:00 | Out. 09, 2017

Uma mulher andando na rua com o celular em uma mão e sacolas no outro braço. Dois homens de moto estão atrás dela e um se prepara para puxar as sacolas (foto: )

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Assim como, ao longo da vida, as pessoas são ensinadas a se comportarem de maneiras distintas em diferentes ambientes - como na escola ou em um restaurante - um comportamento seguro também deve ser aprendido para que situações de risco sejam prevenidas. Porém, se o assalto acontecer mesmo com as medidas preventivas, é importante estar preparado para agir corretamente. É essencial manter a calma e a racionalidade nos casos em que se é vítima de violência.

“Essa questão da educação seria uma forma de você aprender a lidar melhor com as adversidades, entender melhor como funciona cada um desses locais e o nível de atenção adequado para eles”, explica João Paulo Ferreira, coordenador de segurança corporativa do grupo Servis. De acordo com ele, em locais onde a possibilidade de eventos indesejados acontecerem é mínima, como em casa, as pessoas se comportam de determinada maneira; porém, ao sair na rua, o ideal seria adotar condutas apropriadas para cada situação. “Quando estou parado em um sinal, como está meu nível de alerta? Em que eu estou prestando atenção? Eu estou falando no celular?”, exemplifica.

Como agir
Porém, mesmo mantendo a atenção, há casos em que a abordagem acontece e, nesses momentos, a palavra de ordem é calma. Segundo Ferreira, o mais importante é não se mostrar “uma ameaça” ao agressor para evitar alguma ação impulsiva que o leve a machucar a vítima. “As pessoas que fazem esse tipo de assalto podem estar sob uso de algum entorpecente ou sob o efeito de alguma droga. Se ela interpretar que a vítima é uma ameaça, além de levar o seu bem, ela pode lhe machucar”, afirma.

Alguns sinais, como a forma de a vítima posicionar as mãos durante a abordagem, também são importantes, para que o gesto não seja interpretado de erroneamente. Apontar as palmas das mãos para frente e deixar os cotovelos flexionados, ao invés de colocá-las nos bolsos ou na cintura, evita que o agressor não interprete uma possível reação. Ferreira destaca também que é importante não encarar o assaltante durante o processo.

Evitando reações inadequadas
Muitas vezes, um dos motivos para a reação da vítima pode ser o apreço pelos bens materiais - e são justamente eles que se tornam atrativos para quem realiza esse tipo de abordagem. Uma estratégia pode ser guardar uma cópia de todos os documentos que estão na carteira e um backup dos arquivos do celular. “Se eu tenho um plano b sobre tudo o que está ali, aquilo não vai ter tanta importância. E, hoje em dia, temos tecnologias que podem recuperar veículos, mas um dano físico vai ser muito mais complicado de restaurar”, acrescenta.

Mesmo sendo um momento ruim, o ideal, segundo o coordenador, é manter a racionalidade, interpretar corretamente o que está sendo pedido e colaborar com a ação, não agindo de forma precipitada. “Temos visto até pessoas treinadas e capacitadas para reagir tendo reações inadequadas e acontecerem coisas ruins. Se já houve abordagem, a ideia é colaborar e não se mostrar uma ameaça.”

Ações depois do assalto
Muitas vezes, após a abordagem, as vítimas não realizam o boletim de ocorrência. Porém, Ferreira explica que é importante formalizar o acontecido para que a vítima tenha respaldo jurídico para se proteger em casos de alguém utilizar indevidamente seus documentos. Até o cancelamento dos cartões de crédito, por exemplo, fraudes podem ser realizadas utilizando os documentos.

Além disso, a medida é importante para que a chamada “mancha criminal” aponte às autoridades os lugares da cidade que necessitem de reforço para segurança. “As autoridades policiais vão entender que têm acontecido vários crimes (em determinado) lugar e vão reforçar o policiamento por causa dos índices”, finaliza.