Reciclar, reusar, ressignificar: como a economia circular pode transformar resíduos em soluções sustentáveis

Modelo é um dos temas de formação gratuita para fortalezenses. A ideia é aproximar sustentabilidade do cotidiano da população

10:14 | Set. 08, 2025

Por: Estudio O POVO
Fortaleza possui experiências importantes na economia circular, mas para além de tratar resíduos, o desafio é evitar que eles sejam gerados (foto: Freepik)

Em um cenário urbano, marcado pelo consumo e descarte acelerado, uma proposta surge como alternativa sustentável: a economia circular. O modelo busca produzir, consumir e descartar de forma inteligente, reduzindo a extração de recursos naturais, aumentando a durabilidade dos produtos e reaproveitando materiais que antes virariam lixo. Em Fortaleza, esse conceito ganha força com ações que estimulam o reaproveitamento, a criatividade e a valorização dos resíduos.

A temática é trabalhada no curso “Educação Ambiental para um Presente Sustentável”, iniciativa do projeto Verdejar Fortaleza, que aborda a relação da cidade e natureza, convidando fortalezenses a refletir e agir frente à desafios ambientais.

Indo de encontro ao modelo tradicional, de extração e descarte, a economia circular propõe um ciclo de três pilares: reusar, ressignificar e reciclar.

“Em cidades como Fortaleza, esse modelo é crucial porque ajuda a enfrentar um dos maiores desafios urbanos: o acúmulo de resíduos. Além de reduzir impactos ambientais, fortalece novos mercados locais — como cooperativas de catadores, oficinas de reparo, indústrias de reciclagem e empresas que produzem com responsabilidade socioambiental”, afirma a arquiteta e urbanista Vera Sabóia.

 

Educação ambiental como ferramenta de transformação

Na formação do projeto Verdejar Fortaleza, Vera Sabóia é responsável pelo módulo “Cada um de nós é um agente ambiental do planeta”. Nele, os participantes são provocados a enxergar o consumo sob uma nova perspectiva, entendendo os princípios da circularidade e como eles podem ser aplicados no cotidiano. “É como “trocar as lentes” com que enxergamos a sociedade, descobrindo alternativas mais sustentáveis de viver”, explica a arquiteta.

A partir do chamado de Ailton Krenak para a responsabilidade individual, o curso apresenta legislações ambientais, soluções urbanísticas, práticas de consumo consciente e exemplos de negócios sustentáveis.

“Os participantes são convidados a refletir sobre seus hábitos, identificar “vilões ambientais” da rotina e experimentar alternativas — como separar o lixo, reduzir descartáveis e valorizar empresas que respeitam o meio ambiente. O objetivo é simples: transformar conhecimento em ação”, resume.

 

Caminhos para uma cidade mais circular

Segundo Vera Sabóia, Fortaleza já possui experiências importantes, como iniciativas de logística reversa e indústrias de reciclagem. No entanto, o grande desafio não é apenas tratar resíduos, mas evitar que eles sejam gerados.

“Uma tendência promissora é a Simbiose Industrial, em que o resíduo de uma empresa serve de matéria-prima para outra, criando uma rede colaborativa entre indústrias. No caso da Capital, setores como o têxtil e o da moda têm grande potencial para aplicar essa prática, já que geram muitos resíduos. Essa inovação pode transformar passivos ambientais em oportunidades de desenvolvimento local”, ressalta.

 

Projeto Verdejar Fortaleza

O Verdejar Fortaleza é uma iniciativa da Fundação Demócrito Rocha (FDR) em parceria com a Universidade Aberta do Nordeste (Uane), com patrocínio da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor).

O curso Educação Ambiental para um Presente Sustentável é uma das ações do projeto, que também inclui oficinas práticas com plantio de árvores, aulas de campo em áreas de bioma nativo e produção de conteúdos educativos em diferentes formatos.

Para mais informações, acesse o link verdejarfortaleza.com.br