Atendimento médico humanizado traz melhores resultados

Nos últimos anos, a busca pela humanização no atendimento é crescente entre os profissionais da medicina. Autonomia do paciente, equipe interdisciplinar e embasamento em estudos científicos compõem o tratamento humanizado

07:24 | Out. 18, 2018

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Comemorado em 18 de outubro, o Dia do Médico celebra uma das profissões mais importantes para a população. São esses profissionais que cuidam das pessoas em momentos delicados e de vulnerabilidade, diagnosticando doenças e determinando o tratamento ideal para elas. A data tem como referência o Dia de São Lucas, santo padroeiro da medicina.

Para Marcos Alencar, médico da qualidade do Hospital São Camilo Cura d’Ars, os médicos têm papel fundamental tanto no âmbito social quanto no humano. Ginecologista e obstetra há quase uma década, Alencar afirma perceber, nos últimos anos, a evolução da medicina, principalmente no campo do atendimento humanizado. "Os princípios da humanização são baseados em um tripé, no qual a principal coisa é a autonomia do paciente. Nós trazemos o paciente para perto, para podermos fazer uma decisão em conjunto para aquele tratamento. Isso faz com que a voltemos a escutar mais o paciente."

O médico atribui ao avanço das tecnologias a perda desse contato mais próximo entre médico e paciente e diz que, por isso, faz-se necessário fortalecer o vínculo entre os dois. "A conversa, o diálogo, o exame físico têm que ser a primeira opção. Antigamente, não existiam muitas tecnologias e aí, realmente, era tudo na conversa, no raciocínio clínico. Com o avanço rápido da tecnologia, foi se perdendo esse feeling da relação médico-paciente", afirma. "As novas gerações têm buscado muito este atendimento humanizado: uma medicina baseada na autonomia do paciente em relação a decisões conjuntas, com uma equipe multi e interdisciplinar e sempre baseada em evidências científicas para encontrar o tratamento mais eficaz", salienta.

Para além dessas características do atendimento humanizado, Alencar defende ainda a atenção à saúde psicológica. "A depender da sua abordagem, você pode tratar a doença de forma mais tranquila e acolhedora, um

tratamento que traz resultados mais eficazes, pois você pode tratar a doença em si, com remédios e cirurgias, mas não está tratando a parte psicológica, que é fundamental muitas vezes para um desfecho favorável", enfatiza. Mesmo com as dificuldades encontradas para o exercício da medicina, tais como a falta de estrutura existente em alguns hospitais da rede pública, o ginecologista e obstetra afirma que a motivação para entrar e permanecer na profissão é o amor pelo que faz e a possibilidade de poder ajudar e salvar pessoas.

"A medicina lhe encanta e faz com que você se apaixone por ela, por mais que às vezes trabalhemos em ambientes hostis, em relação à estrutura. Infelizmente, os recursos públicos muitas vezes não são utilizados de forma adequada. O que nos motiva a continuar são os resultados. É a busca pela cura das doenças, os resultados dos pacientes e até mesmo os milagres. Você pensa que aquele paciente não tem cura, faz um tratamento paliativo e ele tem um resultado muito bom, uma cura. Isso é muito gratificante. Você termina um dia de trabalho e pensa: 'Foi muito bom, mais uma vida conseguimos salvar, conseguimos ajudar mais uma pessoa'. Isso faz com que a gente se sinta bem, tanto psicológica quanto espiritualmente", finaliza.

 

*Responsável Técnico do Hospital São Camilo Cura d'Ars: Madison Mont'Alverne (CRM: 3794)