O que esperar do mercado de produção audiovisual?

Imerso em uma revolução tecnológica constante, o mercado de produção audiovisual oferece inúmeras possibilidades de negócios

09:34 | Dez. 04, 2018

Young woman is vlogging about her business career. She is using home video camera and laptop. (foto: Getty Images)

As constantes mudanças no mundo tecnológico têm mexido com toda a cadeia empresarial. Para quem trabalha diretamente com a produção de conteúdo audiovisual, as inovações são sentidas com mais intensidade no dia a dia. Desde os modos de produção à forma como o público tem consumido os conteúdos, tudo vem se transformando num ritmo frenético. 

Um estudo publicado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em 2015, apontou que, para o mercado de audiovisual, o maior desafio de tais mudanças foi transformar os benefícios da (re)evolução tecnológica em oportunidades de crescimento, em novas formas de remuneração ou, ainda, em formas de sobrevivência das empresas e dos empreendedores frente a esse mercado.

O produtor audiovisual e diretor da Toque de Midas Produções, João Guilherme Studart, acredita, no entanto, que as inovações tecnológicas não são um desafio para as produtoras que já estão antenadas às mudanças. Para ele, elas são aliadas na captação de novos clientes. “Eu vejo como uma coisa positiva. Eu sei como fazer, tenho um equipamento que na maioria das vezes só preciso atualizar o software, então, o cliente que não consegue acompanhar tanta mudança, vai procurar quem já está capacitado”, diz. 

Para o analista de economia criativa Glauber Uchoa*, apesar das grandes mudanças, o audiovisual continua sendo uma boa opção de investimento, especialmente nas produções ligadas à publicidade. “Audiovisual é uma tendência de consumo de negócio, mas passa por transformações. As pessoas que ainda fazem o tradicional têm que se atentar para esses novos negócios. Os players tradicionais que eram grandes mudaram suas formas de contratação, de vendas dos produtos e os produtores já estão indo atrás disso”, alerta. 

Há espaço para a sua ideia

Os últimos anos foram de crescimento para o setor de audiovisual brasileiro. Segundo dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine), autarquia vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), em 2014, o Brasil ocupou o 10º lugar entre os principais mercados mundiais em produção e consumo audiovisual. 

Ainda de acordo com a Ancine, até 2020 o Brasil pode transformar-se no quinto mercado do mundo em produção e consumo de conteúdos audiovisuais para cinema, televisão e novas mídias. Além disso, a estimativa é que se alcance 4.500 salas digitais, com capacidade para atrair 220 milhões de espectadores. 

Conforme Glauber Uchoa, não faltam oportunidades no setor. “Tem uma diversidade grande de possibilidades, desde a pessoa que pode ser youtuber a produtora de trabalhe com publicidade”, exemplifica. “As produções nacionais estão se beneficiando de leis que exigem conteúdo nacional nas plataformas, nos canais... ainda tem bastante possibilidade de produzir”, completa. 

Glauber lembra que, apesar da crise econômica, o produtor pode contar com editais públicos de fomento ao setor, além das novas possibilidades de negócios lideradas,

principalmente, pelas startups que trabalham com audiovisual. 

Prepare-se para entrar no mercado

Para quem pensa em investir no segmento, precisa, antes de tudo, estudar o mercado onde está entrando. “Primeiro ele precisa entender quem é o cliente, saber para quem vai vender os seus serviços, isso é básico para qualquer negócio. Segundo, tem que saber vender porque o serviço pode ser de alta qualidade, mas o cliente não compra porque é caro”, enumera o analista de economia criativa.

O empreendedor do ramo precisa ainda saber como o mercado funciona e estar sempre próximo de quem já está inserido no mercado para entender as dinâmicas dos negócios. “Tem que participar de eventos, plataformas de discussão, se capacitar. A atualização tecnológica é um caminho natural a partir do momento em que ele vai vivenciando o negócio”, pontua Glauber Uchoa. 

Já João Guilherme ressalta que o empreendedor deve entrar no mercado sabendo que a concorrência está acirrada e o principal diferencial para se destacar é o investimento em um trabalho de qualidade antes mesmo de ser contratado. “Hoje em dia não precisa de muito para fazer bons vídeos. Ter um portfólio legal para apresentar ao cliente é fundamental, ele vai poder vai poder avaliar a qualidade do seu serviço”, diz. 

(%2b)Clique aqui para saber mais sobre o mercado audiovisual:

*Glauber Uchoa é analista do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Ceará (Sebrae/CE)