Precificação: aprenda a chegar ao valor final de um produto

Chegar ao preço final de um produto ou serviço requer planejamento e avaliação do mercado no qual irá se inserir

14:45 | Nov. 22, 2018

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O empreendedor das galáxias já definiu o que vai vender, qual empresa vai levar de uma constelação para outra e como se dará a produção. Falta apenas um passo: quanto cobrar por aquele item tão visado pelo mercado? 
 
A precificação de um produto, em tese, é simples. Basta agregar os valores necessários para produzir junto de uma margem de lucro. Porém, como explica o especialista em finanças Marcos Venícius Gondim*, outras percepções estão atreladas para que se consiga chegar ao valor final. Antes disso, o empreendedor precisa ter em mente qual o objetivo do que será vendido. 
 
O especialista separa a construção do preço em limite inferior, que é o custo de produção, e o limite superior, que é o mercado em que o produto será inserido e quanto o cliente está disposto a pagar. Vender algo no limite do custo deixa o lucro quase inexistente, enquanto valores muito altos demandam algo extra para serem aceitos pelo mercado. Portanto, é preciso encontrar um balanço que beneficie ambas as partes.
 
Novidade no mercado
Para quem acabou de chegar com um produto novo, ou em um ambiente já saturado e que demanda a diferenciação, cobrar um valor abaixo do praticado pelos concorrentes pode ser uma estratégia para ganhar espaço. “Já quem vai vender acima do preço de mercado precisa ter um diferencial perceptível por quem compra, não por quem vende. ‘Por que você vai comprar de mim por um preço mais caro?’ Somente se o cliente reconhecer o valor que você está dando”, explica Gondim. Uma percepção do especialista é de que a cobrança de valores mais baixos tende a ser passageira, não permanente.
 
Atenção às particularidades
Outra questão que afeta o preço é o aspecto do giro de cada produto, ou seja,  quanto tempo ele demora para ser vendido. Caso seja um item que não tenha uma saída constante, o preço final tende a ser superior. Já produtos com rápida vendagem podem ter valores mais baixos agregados. “Produtos que tem prazo de validade, por exemplo, precisam ser vendidos mais rapidamente”. 
 
Fatores intangíveis se agregam a construção do preço. A comodidade, aspecto presente em shoppings, é exemplo de um deles, aliado também à segurança e as diferentes opções disponíveis no local. Até mesmo a decisão de vender à vista ou a prazo influencia no valor final, pois o tempo de retorno é o que faz o empreendimento funcionar.
 
Informação como ferramenta
A noção de sazonalidades também interfere nos preços finais. Um panetone vendido entre novembro e dezembro, por exemplo, terá um valor diferenciado do que será encontrado nas lojas a partir de janeiro. O empreendedor também precisa ficar alerta a chegada de um concorrente direto no mercado, que pode influenciar na queda da clientela. 
 
Para chegar a uma noção mais ampla de onde vai se inserir, realizar uma pesquisa de mercado pode ser interessante para trazer a percepção total. Itens como poder aquisitivo, localização e demanda auxiliam a realizar a precificação mais adequada.