Descubra a economia criativa e seus segmentos

As diversas formas de arte são para muitas pessoas apenas entretenimento e deleite, mas para alguns empreendedores, elas também podem ser oportunidades de negócio

15:02 | Out. 08, 2018

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Já pensou viver em um mundo sem artes plásticas, design, arquitetura, moda, artesanato, teatro, cinema, games, música? Seria tão desolador quanto estar sozinho na galáxia mais distante. 
 
Felizmente, a criatividade é inerente à condição humana e, aplicada ao espírito empreendedor, tem se consolidado como um dos ramos mais fortes da nossa economia. Uma prova disso é que temos o terceiro maior PIB Criativo do Nordeste, segundo o Mapeamento da Indústria Criativa realizado em 2015 pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). 52,8% dos nossos profissionais atuam na área de consumo, que abrange a publicidade, a arquitetura, o design e a moda. Outro número expressivo de trabalhadores compõe a indústria criativa da cultura, que engloba as expressões culturais, o patrimônio e as artes, a música e as artes cênicas.
 
Mas a quem se refere mesmo esse termo “economia criativa”? “Estamos falando daqueles empreendimentos que têm o capital intelectual como principal insumo para produção. Quando os profissionais criativos pensam formas de produção e de agregar valor às suas obras, temos então o surgimento da figura do empreendedor cultural, mobilizador de recursos econômicos e criativos”, afirma o jornalista Glauber Uchoa*. 
 
Uma das principais dúvidas desses empreendedores é justamente como aplicar a criatividade em outros aspectos do negócio, que não somente produção. “Nem todos os artistas que prestam algum tipo de serviço ou fornecem produtos culturais conseguem se enxergar como uma empresa, o que acaba sendo uma dificuldade na hora de se firmar no mercado cultural”, pontua. “Nesse ponto, é essencial para o artista ter informações básicas sobre gestão de empresas a fim de que seu negócio seja sustentável”, acrescenta. 
 
Criative-se
Embora esse mercado seja baseado em concepções inovadoras e se constitua um dos setores mais promissores da economia brasileira, os empreendedores criativos precisam ter em mente que é preciso muito mais que uma boa ideia para serem bem-sucedidos. É preciso estar focado na criatividade, imaginação e inovação - não só de produtos, serviços e tecnologias, mas também de processos, modelos de negócios e modelos de gestão. 
 
Apesar dos desafios, a boa notícia é que o encontro entre uma obra e seu público-alvo geralmente depende mais da qualidade e do talento do empreendedor do que do tamanho da empresa. Ou seja, embora as tendências da maioria das empresas dos outros setores sejam para a demanda do público, a criação artística, em geral, não existe com esse objetivo, pois é única e singular.
 
 
*Gestor do Núcleo de Economia Criativa no Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Ceará (Sebrae/CE)