Como manter as contas em dia em uma nova empresa?

Empreender não é só ficar na direção - às vezes é preciso sujar as mãos de graxa e ajustar todos os mecanismos que movimentam a engrenagem financeira

14:51 | Set. 20, 2018

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Você teve uma boa ideia e decidiu empreender. Fez cursos de capacitação em áreas diversas como planejamento e e-commerce. Agora você está com os controles da nave nas suas mãos e pilota em céu de brigadeiro. Sem querer ser estraga-prazeres: ainda que a viagem esteja seguindo bem, é preciso não deixar de dar atenção especial à “parte chata”, termo pelo qual muitos se referem à gestão financeira. 
 
Tantas vezes injustiçada, mas definitivamente longe de ser irrelevante, a gestão financeira é a principal causa das mortes prematuras de novas empresas, segundo pesquisa que analisa a sobrevivência das empresas no Brasil. A cada ano, cerca de 25% delas não conseguem se estabelecer no mercado por problemas financeiros, inadimplência, falta de linha de crédito e capital de giro.
 
Das principais causas apontadas, uma chama a atenção pela frequência com que ocorre: confundir o dinheiro da empresa com o de origem pessoal. “Encontramos bastante esse erro em pequenos e micro empreendimentos. Muitos simplesmente não têm a consciência de que o lucro da empresa não é da pessoa física e sim, da pessoa jurídica, da empresa dele”, aponta Marcos Venicius Gondim*, mestre em Finanças. É preciso, portanto, tomar uma atitude simples e que faz bastante sentido: separar o bolso da caixa registradora. Dessa forma, o empreendedor terá a exata noção do que realmente entra e sai das contas da empresa. 
 
Ter lucro nem sempre é suficiente
Quando o assunto é “contas em dia”, podemos logo pensar em aspectos relacionados à formação do negócio, como a existência do capital inicial próprio. Segundo Marcos Venicius, ele de fato é fundamental, mas não precisa vir da carteira do próprio empreendedor, o qual mesmo sem dinheiro pode colocar a ideia no mercado [desde que encontre um investidor interessado, é claro]. 
 
Outra crença bastante comum dos novatos é achar que basta ver a empresa dando lucro para pisar fundo no acelerador. “Embora vendendo muito, ela pode não ter saúde financeira se a política de compra e venda for inadequada. Imagine um empreendedor que compre a vista e venda a prazo. Quanto mais ele vender, pior vai ser com o passar do tempo”, exemplifica. 
 
Ou seja, para manter as contas da sua empresa em dia, o importante mesmo é ter eficiência operacional, ou seja, ser eficiente em comprar e vender os serviços e os produtos que a empresa se dispõe. 
 
 
*Assessor na Unidade de Gestão Estratégica do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Ceará (Sebrae/CE)