Carroça Sonora leva teatro de improviso e música popular às ruas do Cariri na Mostra Sesc
A poesia das ruas ganhou som e movimento no Cariri. Durante a Mostra Sesc de Culturas 2025, o projeto Carroça Sonora, dos artista Zero Beto e Lu Pais, transformou praças e calçadas em palco itinerante, misturando música, teatro popular e memória afetiva nordestina
13:03 | Ago. 24, 2025
O público que ocupou as ruas e praças da região do Cariri durante a Mostra Sesc de Culturas 2025 ficou surpreso com a chegada do projeto Carroça Sonora, comandado pelo artista Zero Beto, que atende pelo codinome Homem Sonoro. Juazeirense de nascença, mas residente em Santos, São Paulo, Zero Beto fez de sua obra uma continuação de seu nome. O projeto leva uma mistura de música e teatro popular em apresentações de rua cheias de poesia e humor.
O equipamento foi montado pelo Homem Sonoro em parceria com sua esposa, a também artista Lu Pais, que assina a cenografia e produção do projeto. A carroça não passa despercebida na multidão, seja aos olhos ou ouvidos. É um conjunto de instrumentos musicais como violas, violões e acordeom, além de uma vitrola, itens de decoração comuns na cultura nordestina, fotografias, placas com mensagens de amor e arte. Tudo isso integrado em um triciclo guiado pelos artistas rua afora, como em um palco itinerante.
Na Mostra Sesc Cariri de Culturas 2025, a Carroça Sonora se apresentou em Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha, em locais de grande movimentações, como a Praça Padre Cícero.
Segundo o Homem Sonoro, a performance é inspirada no movimento Commedia dell’arte, forma de teatro popular baseada no improviso, que surgiu na Itália no século XV.
“É uma performance de música, teatro e circo inspirada na Commedia dell’arte, com os carroceiros e artistas que saíam de cidade em cidade apresentando, cantando e fazendo teatro. É também uma homenagem à cultura nordestina, um resgate às minhas raízes. Aqui temos o Padre Cícero e as músicas nordestinas que escolhi para fazer parte da performance, baião, xote, a viola caipira, o marimbau, que é um instrumento do movimento armorial, de Pernambuco, a sanfona, e tudo isso misturado com um pouco de música eletrônica”, explicou Zero Beto.
“Essa é a segunda vez que participamos da Mostra. É muito gratificante poder trazer nosso trabalho de Santos para cá e poder reviver toda essa história. Eu trabalhei muitos anos pelos interiores do Nordeste, então eu trago em meu coração essa questão emocional, que consegui retratar dentro da cenografia do projeto. Tem bastante coisa de rendas, fitas, a parte religiosa. Faço figurino e maquiagem e assino também a produção”, disse Lu Pais.