Cirurgia plástica pós-emagrecimento proporciona qualidade de vida

Atuando no âmbito de estética e de saúde, a cirurgia plástica pós-emagrecimento atua no excesso de pele, na flacidez muscular e na gordura localizada de pacientes que passaram por perda de peso extrema

07:00 | Mar. 14, 2017

Shutterstock/Kotin (foto: )

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De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), em 2016 o Brasil registrou aumento de 7,5% no número de cirurgias bariátricas realizadas, em relação ao ano anterior. Com registro de 100.512 cirurgias ano passado, mais de 7 mil a mais que em 2015, o País já figura como o segundo no mundo no número desse tipo de procedimento.

A bariátrica, entretanto, não é um procedimento de realização isolada, devendo envolver profissionais de diferentes áreas da saúde. “A cirurgia bariátrica é multidisciplinar, participa dela cirurgião plástico, clínico, anestesista, nutricionista, psicólogo ou psiquiatra, porque, realmente, a alteração no corpo traz um ‘baque’ para a estrutura psíquica”, destaca o cirurgião plástico Harley Cavalcante, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e membro da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica.

Outro procedimento que “anda de mãos dadas” com a bariátrica é a cirurgia plástica pós-emagrecimento, que tem como principais pacientes aqueles que tiveram uma perda drástica de peso e, por questões de saúde e estética, precisam remover o excesso de pele, entre outras ações do procedimento. “Um pós-emagrecimento dessa natureza, quando se perde 30% ou 40% do peso, traz uma flacidez de pele muito grande, geralmente de todo o segmento corporal. Gera uma deformidade estética e, em muitos casos, vai além, podendo gerar dificuldades como infecções nas áreas em que a pele dobra”, alerta Cavalcante.

Plástica pós-emagrecimento
Áreas como abdômen, mamas, braços, coxas e face podem estar entre as mais afetadas após um processo de emagrecimento intenso. A cirurgia, entretanto, aborda os segmentos do corpo, com o tratamento do “corpo superior” e o do “corpo inferior”, como forma de proporcionar mais harmonia ao contorno corporal. Indicado para pacientes que já tenham alcançado a estabilidade do peso – alterações mínimas de peso durante quatro a seis meses, o que ocorre, geralmente, cerca de 18 meses após a bariátrica – o procedimento vai além do aspecto estético.

"Você trabalha três segmentos: o excesso de pele, a gordura localizada e a flacidez da musculatura. Existem infecções de pele nas dobras cutâneas, às vezes, dependendo do tipo de avental (dobra de pele)”, explica o cirurgião.  O resultado final da cirurgia poderá ser sentido pelo paciente por volta de dez meses a um ano após o procedimento. Em alguns casos, é necessário ainda pequenos retoques. “Mas, nos primeiros meses, você já sente, é uma diferença muito grande, traz uma satisfação para o paciente."

Cuidados pré e pós-operatórios
A preparação e o acompanhamento necessários para a cirurgia bariátrica devem se estender para o momento das plásticas pós-emagrecimento. Harley Cavalcante alerta que o paciente pós-bariátrico é diferente anatomicamente, fisiologicamente e metabolicamente daquele que não tem o estômago reduzido cirurgicamente, diferenças que devem ser consideradas no pré e no pós-operatório da cirurgia plástica.

"São pacientes que absorvem com mais dificuldade algumas vitaminas, magnésio, fósforo, cálcio, zinco, entre outros, tanto que fazem a reposição no pós-operatório da cirurgia bariátrica. Ele tem que estar mais ou menos com essa parte clínica equilibrada”, esclarece. Cavalcante cita, ainda, fatores que merecem atenção no pré-operatório, como possíveis anemias e o estado nutricional do paciente como um todo.

Quanto ao pós, o cirurgião explica que a plástica pós-bariátrica não é necessariamente dolorosa, embora se experimente certo desconforto nas primeiras 72h. Como se trata de um paciente com cicatrização mais lenta, pela dificuldade na absorção de alguns nutrientes, são fundamentais os cuidados com posição corporal e alimentação, sendo muito importante contar como acompanhamento de um nutricionista, entre outros profissionais. “Existem estatísticas que mostram reganho de peso e a melhor forma de mantermos o resultado a longo prazo, com a devida recuperação, é ter esse acompanhamento."