Colégio Batista investe em modelo de escola para a vida

Instituição conquista alunos e pais por meio de proposta pedagógica que valoriza a formação humana e acadêmica dos discentes

07:25 | Mar. 12, 2019

Colégio Batista celebra 70 anos como uma das instituições mais tradicionais de Fortaleza.(foto: Divulgação)>

Neste mês, o Colégio Batista celebra 69 anos – as quase sete décadas marcam a instituição de ensino como umas das mais tradicionais escolas de Fortaleza. A escola entende a integralidade do indivíduo como parte da excelência acadêmica. “O aluno não é só um recipiente de conteúdo. Aluno é gente, é uma pessoa que vai enfrentar diversas facetas da vida”, explica o diretor e professor Isac Coelho.

É no objetivo de também zelar pelas saúdes física e mental do aluno que a escola oferece aulas de esportes e artes fora da grade curricular. Na categoria esportiva, o vôlei e o basquete destacam-se por serem treinados por técnicos das seleções juvenis cearenses correspondentes. Nas artes, que incluem ensino de música, pintura e artes marciais, a dança é destaque. O Grupo Batista de Dança (GBD) ganhou todos os campeonatos de dança do Ceará de que já participou. “Nem todo aluno tem habilidade em matemática ou física. Às vezes, ele tem habilidade em artes, e é preciso vê-lo como um todo”, afirma o diretor.

Foi esse ideal de enaltecimento da identidade artística dos estudantes que estimulou a ex-aluna Lilian Lopes, 20, a cursar Cinema e Audiovisual na Universidade Federal do Ceará (UFC). “Eu fiz dança por dois anos e meio e participei de dois festivais. Era a época do ano de que eu mais gostava. Depois, fiz aulas de violão por três anos. Eu gostava muito da área de artes da escola”, relembra Lilian, que estudou no Colégio Batista entre 2006 e 2015.

Além de aflorar a vocação cinematográfica, o Colégio Batista também garantiu apoio emocional na época de vestibular à universitária. “Nós sempre tivemos todo apoio dos professores e coordenadores. Sinto que a escola era como uma segunda família para mim. Sempre que sentíamos que as coisas iam dar errado, eles estavam lá, nos incentivando e acolhendo”, conta. Ingressante na graduação da turma de 2016, a universitária colará grau ainda em 2019.

Para os pais, o sentimento de parceria é o mesmo. Renata Alencar, consultora de vendas, optou por matricular seus filhos no Colégio Batista: Nilton, 21, estudou na instituição educacional desde os quatro anos de idade, assim como o irmão mais novo, Daniel, 14, que atualmente cursa o primeiro ano do Ensino Médio. “A metodologia de ensino é realmente para a vida. Eles ensinam [os alunos] a serem pessoas mais humanas”, elogia a mãe. Renata ressalta, ainda, o contato da escola com os pais. De acordo com a consultora, os pais sempre são informados das atividades escolares e do desenvolvimento dos alunos. “É um colégio que prioriza o caráter de todos, para além das melhores notas”, conclui.

Respeito à pluralidade de religiões

O Colégio Batista foi fundado em 1950, pelo casal de missionários estadunidenses Burton e Sarah Davis, no compromisso de contribuir com a educação cearense. “Eles eram verdadeiros empreendedores, já que também fundaram o Hospital Batista e a primeira Igreja Batista local. O objetivo não era comercial. Eles queriam contribuir com um ensino cristão e de boa qualidade”, conta o diretor e professor.

Por seu histórico, a escola é abertamente cristã e trabalha os valores cristãos nas aulas de ensino religioso. Entretanto, o objetivo está longe de se catequizar os estudantes. “A escola não é proselitista, tanto que 75% dos alunos, pertencem aos mais variados grupos religiosos”, explica o diretor.

O artigo 33 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lei federal 9.394/1996) define presença facultativa em aulas de ensino religioso, que devem ser ofertadas pelas instituições de ensino. Prof. Isac afirma, contudo, que, em seus 25 anos trabalhando no Colégio Batista, todos os alunos optaram por comparecer às aulas. Segundo o gestor, isso ocorre porque as aulas focam no ensino dos valores da Bíblia, considerados pelo diretor como “universais”.