O que é cultura maker?

Movimento resgata fazer manual e coloca o homem como protagonista do processo de construção de materiais

07:00 | Out. 26, 2020

Yandra Marinho Siquara Lima, aluna do Antares do Primeiro ano do Ensino Fundamental, já em prática com a cultura maker (Foto João Filho) (foto: João Filho)

Você já fez um bolo em casa? Consertou uma pia? Pintou ou reformou um móvel? Todas essas atividades estão ligadas à cultura maker, baseada no princípio de que o ser humano é capaz de fabricar ou reparar qualquer objeto. Conforme o professor Marcondes Saraiva, Diretor de Ensino e Aprendizagem do Colégio Antares, a cultura maker aplicada na educação de crianças e adolescentes estimula a criatividade, a colaboração e a empatia entre os alunos, além de facilitar o aprendizado das mais diversas disciplinas, do português à física. Ainda segundo o professor Marcondes, o pioneirismo do Antares, iniciando o projeto desde 2010, está proporcionando aos seus alunos um grande desenvolvimento nas competências ligadas à inovação e ao socioemocional.

É a ideia popularmente conhecida como "Do It Yourself" (faça você mesmo), aponta a supervisora pedagógica do Ensino Fundamental I do Colégio Antares, Doris Benjamin. "Eu tenho as ferramentas, eu sou inteligente, eu vou solucionar meu problema", frisa.

Desde o surgimento da espécie humana, o homem foi capaz de produzir ferramentas, mas o termo "maker" passou a ser adotado apenas no fim da década de 70, explica o coordenador do Espaço Maker do Colégio Antares, João Paulo Marinho. "A cultura maker surgiu com esse nome junto com o movimento punk, pois não tinha um único país de origem, foi mundial. Um dos principais pilares é o compartilhamento aberto dos projetos, das ideias desenvolvidas."

Mas, em pleno ano de 2020, por que falar de cultura maker? Porque a metodologia de desenvolver a criatividade e outras habilidades humanas é imprescindível nos tempos atuais. Não basta saber física, química, matemática, português, história, biologia. É preciso estar pronto para a vida prática, e a pandemia reforçou ainda mais essa necessidade humana de colaboração.

"O cientista Chris Anderson diz que a cultura maker é a nova revolução industrial. Enquanto a revolução industrial automatizou a humanidade, o movimento maker traz o ser humano como autor e primeira pessoa desse desenvolvimento", acrescenta o professor João Paulo Marinho.

5 dicas para ser maker

1. Ponha em prática suas próprias ideias;

2. Busque, em casa, as ferramentas para desenvolver produtos ou solucionar problemas;

3. Substitua o comprar imediato pelo construir ou consertar;

4. Ajude quem tem mais dificuldade que você em determinada atividade;

5. Compartilhe conhecimento com outras pessoas!